tag:blogger.com,1999:blog-69374163268792770472024-03-19T00:33:40.916-03:00Blog do Lucas EchimencoLucashttp://www.blogger.com/profile/17421348604917869701noreply@blogger.comBlogger17125tag:blogger.com,1999:blog-6937416326879277047.post-79752287515087509322024-02-19T17:38:00.002-03:002024-02-19T17:38:14.723-03:00 Faz tempo que se percebe que Lula é retrógado e mau caráter.<p style="text-align: left;"><span style="font-family: trebuchet; font-size: large;">Gente que frequenta o "clube" dele fala isso com naturalidade. Naturalidade que revela cumplicidade. E nesse "gente" inclua empresas e capitalistas de </span><a style="font-family: trebuchet; font-size: large;" tabindex="-1"></a><span style="font-family: trebuchet; font-size: large;">boca que acham que controlam tudo.</span></p><div class="" style="text-align: left;"><div class="x1iorvi4 x1pi30zi x1l90r2v x1swvt13" data-ad-comet-preview="message" data-ad-preview="message" id=":r3gk:"><div class="x78zum5 xdt5ytf xz62fqu x16ldp7u"><div class="xu06os2 x1ok221b"><span class="x193iq5w xeuugli x13faqbe x1vvkbs x10flsy6 x1lliihq x1s928wv xhkezso x1gmr53x x1cpjm7i x1fgarty x1943h6x x4zkp8e x41vudc x6prxxf xvq8zen xo1l8bm xzsf02u x1yc453h" dir="auto"><span style="font-family: trebuchet; font-size: medium;"><div class="x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r x1vvkbs xtlvy1s x126k92a"><p><br />Somente a psicanálise explica o que Lula é e diz.</p><p><br />Ele é um rancoroso que saiu da miséria usando os mesmos recursos corruptos dos políticos que ele tanto criticava quando era sindicalista (e protegido do regime militar).</p><p><br />Tomou uma aula de um dos seus principais criticados: Paulo Maluf. </p><p>Em 2012, querendo fazer Haddad virar prefeito, Lula foi visitar Maluf na surdina. Na saída, a imprensa estava na porta (avisada por Maluf também na surdina). Parece que Lula incorporou o tranco que tomou como traço de caráter.</p><p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgVFNl13jpV9siPqG-UJ7nNrukJ5HoEZI1lG6eGn79wDVB_OFS6JBZ4gOnxFU8Y1nc7nJspAkjF7CRHbwueqFButZgc6DbDjJgTFmvCarVF3XTxD5stlmDN4jz9xM6oRsSWaqCGiSQcah9N_VWEsdHaJVn2PiZ0BFOptAEVpsICoCd6HKEO2QLzKIqZWUag/s811/lula%20maluf.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="534" data-original-width="811" height="274" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgVFNl13jpV9siPqG-UJ7nNrukJ5HoEZI1lG6eGn79wDVB_OFS6JBZ4gOnxFU8Y1nc7nJspAkjF7CRHbwueqFButZgc6DbDjJgTFmvCarVF3XTxD5stlmDN4jz9xM6oRsSWaqCGiSQcah9N_VWEsdHaJVn2PiZ0BFOptAEVpsICoCd6HKEO2QLzKIqZWUag/w416-h274/lula%20maluf.png" width="416" /></a></div><br />Lula não consegue conceber o que é um povo livre e autoderminado. Tem que ser o que o rancor dele diz que é.<p></p><p><br />E ao rancor soma-se a ignorância histórica, a mendacidade e a indigência mental.<br />Há muito o que dizer sobre a existência do estado de Israel, sobre as disputas históricas na região, sobre movimentos que estão em marcha desde séculos.</p><p><br />É perfeitamente possível discutir o assunto, sobretudo do ponto de vista daqueles que sofrem as consequências do mundo mas que analisam as coisas do ponto de vista ateu.<br /> Deus não existe, é o resumo. E analisar um estado cujos representantes dizem ser escolhidos por Deus já é um ponto delicado.</p><p><br />Ponto pacificado na marra pelo estado de Israel, sobrepondo narrativas sobre narrativas. Com apoio dos Estados Unidos a partir de certo momento na história, mas não foi sempre assim.</p><p><br />Lá pelos anos 1890 havia uma escola judaica em Nova York que era abertamente contra a criação do estado de Israel.</p><p><br /> Trata-se da Sociedade de Cultura Ética, que tinha na sua origem a dificuldade dos filhos dos judeus de frequentar as melhores escolas dos Estados Unidos.</p><p><br />Tal escola foi o berço cultural que inaugurou uma linha dissidente em relação ao sionismo como política oficial.</p><p><br />Foi nesse meio que uma família de alemães judeus não praticantes plantou seus filhos e seu futuro no mundo.</p><p><br /> Um desses filhos se chamava Robert Oppenheimer, ele mesmo, o pai da bomba atômica (pai com sentido irônico, outra história complexa, a respeito sugiro a leitura do livro OPPENHEIMER ---"O triunfo e a tragédia do Prometeu americano", Random House, 2005, 642 páginas) que foi usada pelos Estados Unidos no Japão.</p><p><br />Há clara conexão Estados Unidos-Israel e vários ramos de disputa associados a isso. Sim, é possível questionar Israel mas sem confundir terroristas com médicos sem fronteiras.<br />Já os eleitores, ao votar, precisam evitar no Brasil confundir andarilho bem humorado com vagabundo despreparado e mau caráter.</p><p><br />Convém lembrar que Lula virou presidente contando com a descondenação que amigos dele promoveram no instrumentalizado STF, mais o apoio de militares patifes.<br />Há sinais claros de que Lula plantou arruaceiros para estimular o povo presente em Brasília a fazer bobagem. Viraram todos terrostistas na versão do STF.</p><p><br /> Será por isso que Lula perdeu a noção do que é um terrorista? Se houvesse mesmo terroristas em Brasília em janeiro é possível até mesmo perguntar se Lula estaria vivo.<br />Há um ponto ainda mais complexo e que talvez explique as besteiras que Lula diz:<br />Quem sustenta o STF, parte do Senado e da Câmara e o Governo Federal?<br /> Quem consegue ver os dedos enluvados que se movimentam na chamada realidade profunda, aquela que jornal nenhum arrranha até porque faz parte?</p><p><br />Ao arrostar países e narrativas, Lula age como sempre agiu, como o palhaço que faz mágica mequetrefe mas a serviço de...</p><p><br /> Não se enganem, a nossa esquerda é uma droga potente porque nossa direita é uma droga ordinária. (pregando moralidade enquanto pratica capitalismo de compadrio com lavagem de dinheiro e picaretagens variadas).</p><br /><p><br />O Brasil é o futuro de sempre. Foi feito para ser assim, escreveu Darcy Ribeiro há 42 anos.</p></div></span></span></div></div></div></div>Lucashttp://www.blogger.com/profile/17421348604917869701noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6937416326879277047.post-34927975802498733532024-02-01T19:25:00.004-03:002024-02-01T19:25:51.842-03:00 As duas mortes de Marshall Berman no Brasil<p style="text-align: left;"><span style="font-family: helvetica; font-size: small;"> </span></p><p style="text-align: left;"><span style="font-family: helvetica; font-size: small;"> </span></p><p style="text-align: left;"><span style="font-family: helvetica; font-size: small;"></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-family: helvetica; font-size: small;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEglB3Ghd1WbEL7TSUES_VPzMpaYTPxHbvx6DD53EiUjvTGFq8Qi9QKNWaNYs2wM97fwvrEt1weyuPteEOlRQ__sZW75M-OfWn_449Vu3Gv8dlcU_SRQD0T_5Uf5GHzMowooyFi1A4bW5CVQMpP1PjZGXZDXN3W7RGqdd1FV1heJiHdLov8G-2zovuh5x5m7/s533/berman_solido.png" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="533" data-original-width="357" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEglB3Ghd1WbEL7TSUES_VPzMpaYTPxHbvx6DD53EiUjvTGFq8Qi9QKNWaNYs2wM97fwvrEt1weyuPteEOlRQ__sZW75M-OfWn_449Vu3Gv8dlcU_SRQD0T_5Uf5GHzMowooyFi1A4bW5CVQMpP1PjZGXZDXN3W7RGqdd1FV1heJiHdLov8G-2zovuh5x5m7/s320/berman_solido.png" width="214" /></a></span></div><span style="font-family: helvetica; font-size: small;"><br />Brasília é das
coisas mais horrendas produzidas no Brasil.
</span>
<p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm; text-align: left;"><span style="font-family: helvetica; font-size: small;">Sempre pensei que
era implicância minha desde que, 29 anos atrás, dirigindo filmagens
para uma produta de São Paulo, tive de passar alguns dias correndo
atrás de políticos para recolher depoimentos.</span></p>
<p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm; text-align: left;"><span style="font-family: helvetica; font-size: small;">Uma amiga, do
falecido Jornal da Tarde, ajudou fazendo com que um senhor já meio
careca, de óculos, fino trato, me levasse pelos corredores do
Congresso e me colocasse diante daquele que seria o novo ministro da
Previdência Social.
</span></p>
<p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm; text-align: left;"><span style="font-family: helvetica; font-size: small;">Nome do senhor que
me ciceroneou: Geraldo Alckmin, o mesmo que poucos meses depois
renunciou ao mandato de deputado federal para assumir o governo de
São Paulo, a 1º de janeiro de 1995, na condição de vice de Mário
Covas.</span></p>
<p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm; text-align: left;"><span style="font-family: helvetica; font-size: small;">Há em Brasília
aquela luz impressionante ao amanhecer, vista do hotel lá pelas 7 da
manhã ou no final da tarde. Mas aquilo é Goiás onde quer que se
esteja.<br /></span>
<span style="font-family: helvetica; font-size: small;"><br />
Andar por Brasília é sentir um remeximento, um
rancor, uma interrogação aflita sobre algo que não se percebe
direito.</span></p>
<p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm; text-align: left;"><span style="font-family: helvetica; font-size: small;">E assim foi até
2007 quando se lançou no Brasil uma nova versão do livro de
Marshall Berman, “Tudo que é sólido desmancha no ar”. <span style="font-weight: normal;">Já
já explico por que essa edição e não outra. Não confundir com
outro livro de mesmo nome escrito por </span><b><span style="font-weight: normal;">Darragh
McKeon, </span></b><b><span style="font-weight: normal;">lançado
</span></b><b><span style="font-weight: normal;">em </span></b><b><span style="font-weight: normal;">2023.</span></b></span></p>
<p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm; text-align: left;"><span style="font-family: helvetica; font-size: small;">Quando esteve no
Brasil, Berman ainda era um homem triste, claramente desde que sua
mulher (uma psicótica) matou o filho de cinco anos, indicação
indireta que aparece na primeira página do livro: “À memória de
Marc Joseph Berman — 1975-1980”. Vestia-se mal, não fazia barba,
andava de sandálias.</span></p>
<p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm; text-align: left;"><span style="font-family: helvetica; font-size: small;">Foi esse homem
triste que mostrou aos brasileiros o resultado da praga mental
socialista que contaminou os dois arquitetos que projetaram a cidade
(Lúcio Costa e Oscar Niemeyer): Brasília, a capital brasileira da
cocaína. É um monumento à solidão, ao distanciamento e
aprisionamento dos espíritos.
</span></p>
<p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm; text-align: left;"><span style="font-family: helvetica; font-size: small;">Logo ele, um
estudioso marxista, Berman foi convidado para falar em seminários
sobre modernismo, começando por Brasília. Depois esteve na USP (São
Paulo). Por onde passou foi atacado por aquela penca de gente
pendurada nos bagos de Niemeyer e seu socialismo de uísque 30 anos.
</span></p>
<p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm; text-align: left;"><span style="font-family: helvetica; font-size: small;">Sempre achei
Niemeyer um grande chupim estratégico, de um nível um pouco acima
de um bando de funcionários públicos municipais que vivem
pendurados nas costas do contribuinte brasileiro, defendendo um
socialismo cujas consequências desconhecem.</span></p>
<p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm; text-align: left;"><span style="font-family: helvetica; font-size: small;">Para o caso de
alguém desejar conhecer todo o texto, que vai da página 11 à 20, é
bom saber que o texto de Berman não aparece na primeira edição
brasileira, de 1986, mas somente no prefácio da edição de 1988
(quase de bolso, Companhia das Letras, 2007, 465 páginas) sob o
título “O Caminho Largo e Aberto”.</span></p>
<p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm; text-align: left;"><span style="font-family: helvetica; font-size: small;">Berman chegou a
reconstruir a família, teve mais dois filhos. Morreu em setembro de
2013 quando sofreu um ataque cardíaco enquanto comia em um
restaurante de Nova York. Ele não poderia imaginar que no dia 8 de
janeiro de 2024 parte do que ele escreveu sobre Brasília estaria
ocorrendo com os requintes de autoritarismo e golpismo tramado nos
bastidores da poliarquia brasileira.</span></p>
<p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm; text-align: left;"><span style="font-family: helvetica; font-size: small;">O que vai escrito
abaixo, ipsis litteris, foi praticamente “apagado’ nas resenhas
brasileiras. Foram anos procurando e nunca encontrei um único
artigo, mesmo acadêmico, que colocasse os tópicos relacionados à
Brasília em algum plano. Apenas Charlles tocou no assunto, em seu
blog, em março de 2011
(<a href="http://charllescampos.blogspot.com/2011/03/berman-brasilia-niemeyer-e-marc.html">http://charllescampos.blogspot.com/2011/03/berman-brasilia-niemeyer-e-marc.html</a>).
Nem mesmo marxistas assumidos fazem menção em seus escritos.</span></p>
<p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm; text-align: left;"><span style="font-family: helvetica; font-size: small;">Resulta que Berman
sofreu no Brasil duas mortes. A primeira em vida, ativo e presente. A
segunda como mero necrológio.</span></p>
<p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm; text-align: left;"><span style="font-family: helvetica; font-size: small;">Aí vão os
principais trechos com casca e tudo. Repito, o texto é original, não
há uma única vírgula minha no que vai reproduzido abaixo:
</span></p>
<p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm; text-align: left;"><span style="font-family: helvetica; font-size: small;">“”””Tive a
oportunidade de vivenciar e mesmo participar de um choque muito
intenso entre modernismos quando estive no Brasil em agosto de 1987
para participar de um debate sobre o presente livro. Minha primeira
escala foi Brasília, a capital criada por decreto, ex nibilo, pelo
presidente Juscelino Kubitschek, no final dos anos 1950 e início dos
anos 1960, exatamente no centro geográfico do país. A cidade foi
planejada e projetada por Lúcio Costa e Oscar Niemeyer, discípulos
esquerdistas de Le Corbusier. (página 12)
</span></p>
<p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm; text-align: left;"><span style="font-family: helvetica; font-size: small;">“”””Vista do
ar, Brasília parecia dinâmica e fascinante: de fato, a cidade foi
feita de modo a assemelhar-se a um avião à jato tal como aquele do
qual eu (e quase todas as outras pessoas que lá vão) a vemos pela
primeira vez. Vista do nível do chão, porém, do lugar onde as
pessoas moram e trabalham, é uma das cidades mais inóspitas do
mundo
</span></p>
<p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm; text-align: left;"><span style="font-family: helvetica; font-size: small;">“”””Não
caberia aqui uma descrição detalhada do projeto da cidade, mas a
sensação geral que se tem — confirmada por todos os brasileiros
que conheci — É à de enormes espaços vazios em que o indivíduo
se sente perdido, tão sozinho quando um homem na Lua. Há uma
ausência deliberada de espaços públicos em que as pessoas possam
se reunir e conversar, ou simplesmente olhar uma para a outra e
passar o tempo. A grande tradição do urbanismo latino, em que a
vida urbana se organiza em torno de uma grande praça, é rejeitada
de modo explícito.””” (páginas 12 e 13)</span></p>
<p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm; text-align: left;"><span style="font-family: helvetica; font-size: small;">“””O projeto
de Brasília talvez fizesse sentido para a capital de uma ditadura
militar, comandada por generais que quisessem manter a população a
certa distância, isolada e controlada. Como capital de uma
democracia, porém, é um escândalo. Para que o Brasil possa
continuar democrático, declarei em debates públicos e aos meios de
comunicação, ele precisa de espaços públicos democráticos aonde
pessoas vindas dos quatro cantos do país possam convergir e
reunir-se livremente, conversar umas com as outras e dirigir-se a
seus governantes — porque numa democracia, afinal de contas, o
governo pertence às pessoas — para discutir suas necessidades e
desejos, e para manifestar sua vontade.””” (página 13).</span></p>
<p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm; text-align: left;"><span style="font-family: helvetica; font-size: small;">“””Em meus
pronunciamentos no Rio, São Paulo e Recife, terminei atuando com
porta-voz de uma indignação generalizada a respeito de uma cidade
que, como muitos brasileiros me disseram, não tinha lugar para
eles.”””” (página 14).</span></p>
<p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm; text-align: left;"><span style="font-family: helvetica; font-size: small;"><br /></span>
</p>
<p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm; text-align: left;"><span style="font-family: helvetica; font-size: small;"><br /></span>
</p>
<p style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm; text-align: left;"><span style="font-family: helvetica; font-size: small;"><br /></span>
</p>
<p style="text-align: left;"><style type="text/css">p { line-height: 115%; margin-bottom: 0.25cm; background: transparent }a:link { color: #000080; text-decoration: underline }strong { font-weight: bold }</style></p>Lucashttp://www.blogger.com/profile/17421348604917869701noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6937416326879277047.post-5106647989363914402023-05-30T12:06:00.002-03:002023-05-30T12:08:03.227-03:00Para ajudar Bolsonaro precisamos falar dos erros dele.<iframe frameborder="0" height="270" src="https://youtube.com/embed/yK3q3mf0sCs" width="480"></iframe>Lucashttp://www.blogger.com/profile/17421348604917869701noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6937416326879277047.post-83729917832500373992022-12-20T21:03:00.004-03:002022-12-20T21:03:24.427-03:00Bolsonaro perdeu mais do que uma eleição A poucos dias de fechar 2022, o cenário do país é de um governo sem governo. Bolsonaro se deixou paralisar pela inércia e toda inércia é sinal do que foi, ou não, feito antes. Sobretudo é sinal de falta de estratégia.<div> <br />Bolsonaro venceu a eleição de 2018 dando aula de marketing político. Perdeu o governo federal dando aula de amadorismo. Como foi que ele não percebeu que até mesmo os militares queriam livrar-se dele, a qualquer custo, até mesmo fazendo pactos com o demônio?</div><div><br />Pior do que isso. Na prática, Lula já governa nos bastidores. Há uma "operação casada" entre Lula e o STF. Operação que abriga várias operações em sua barriga.<br /><br />Os militares estão nas sombras, alguns comemorando. Seguindo o novo manual de ação política, eles receberão o bônus (alguns bilhões de reais) e nada pagarão como ônus.<br /><br />A ideia de induzir a visível ira dos manifestantes pró-Bolsonaro para que fosse posicionada em áreas de proteção militar foi, repito, um golpe a la Golbery do Couto e Silva, chefe do SNI de junho de 1964 a março de 1967, o "grande teórico" do regime militar, na condição de manda-chuva na chefia do Gabinete Civil, de 1974 a 1981, no governo dos generais Ernesto Geisel e João Figueiredo. <br /><br />Posicionar os manifestantes em frente aos quartéis simplesmente serviu para imobilizar as manifestações.<br /><br />A "eleição" de Lula não seria possível sem um prévio acordo entre militares e STF. Corrupo condenado e desconedado, Lula será o chefe-supremo das Forças Armadas. <br /><br />Como é que Bolsonaro não percebeu o crescente emparedamento a que estava sendo submetido praticamente desde o primeiro dia de governo? Isso é mais grave do que perder uma eleição. <br /><br /><br /><br /><br /><br /></div>Lucashttp://www.blogger.com/profile/17421348604917869701noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6937416326879277047.post-20536232819083693722021-07-03T02:08:00.008-03:002021-07-04T00:41:18.466-03:00Um brasileiro, uma música e uma longa históriaO moço do vídeo fazendo seu número modesto e assumido num canto perdido qualquer de São Paulo não tem ideia das origens “absurdamente humildes” da música “Sultans of Swing”, como escreveu o crítico musical Rob Hughes na revista Classic Rock.<div><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.blogger.com/video.g?token=AD6v5dw_U4vn8oEBIbFOKap2R3jpBb_cPqTwdRwg1jEx4aQH-tel7sS98ymM1izZD5dg_PawHfNUGsospNowpTMm9w' class='b-hbp-video b-uploaded' frameborder='0'></iframe></div><br /><div><br /><br />Criada como primeira versão em 1977, resulta de uma parada do guitarrista Mark Knopfler num pub meio abandonando a meio caminho do sul de Londres. Chovia, o ar estava frio. Depois de parar o carro, Knopfler ouviu o som do jazz que vinha lá de dentro. Entrou, conheceu o lugar, topou com desconhecidos, ouviu histórias sobre os músicos e saiu de lá com uma música na cabeça. Na época, o pessoal do hoje famoso Dire Straits estava numa “pindaíba” danada, lutando para conseguir gravar um disco.<br /><br />A música acabou ganhando projeção internacional somente em 1985. É ao mesmo tempo uma homenagem ao jazz e aos músicos desconhecidos que tocavam por amor ao que faziam. E se chamavam orgulhosamente de “Sultões do Swing”, swing significando um estilo de jazz, assim como “jazz crioulo”, todos nascidos nas primeiras três décadas dos anos 1900 a partir de New Orleans.<br /><br />Na tradução que fiz, o “eu lírico” (o narrador) está em primeira pessoa, mesmo narrando acontecimentos do passado. É uma maneira de traduzir o sentido maior da música, sempre perdido nas traduções literais feitas no YouTube. Não deixa de ser sutilmente irônico o fato de uma música evocar o sultanato, regime imperial que remonta ao século 13, no seio da monarquia inglesa. A tradução está logo abaixo.<div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="text-align: left;">“Sultões do Swing”</span></div><div><br />Sinto um arrepio na escuridão (depois de descer do carro)<br />Está chovendo na estrada a caminho do sul de Londres<br />Faço uma parada, esqueço tudo o que tenho pra fazer<br />Uma banda está mandando ver um “Dixie” num quatro tempos dobrado<br />(um estilo e um formato de arranjo)<br />Me sinto tão bem ouvindo essa música!<br /><br />Entro no Pub e percebo que está quase vazio<br />Mas é melhor sair da chuva e ouvir o jazz rolando...<br /><br />É mais um grupo tentando achar um rumo como em muitos lugares<br />Mas não há muitos trumpetes fazendo um som desses por aí<br /><br />A meio caminho do sul de Londres,<br />A meio caminho do sul de Londres…<br /><br />Dou uma olhada num tal de George, tocando guitarra…<br />O cara conhece todos os acordes…<br />Toca do jeito dele sem pretensão de fazer rir ou chorar<br /><br />Uma velha guitarra é tudo que ele consegue pagar<br />E o que toca é o que ele tem para oferecer...<br /><br />Na banda há um tal de Harry que não faz questão de causar boa impressão…<br />Dizem que ele tem um trabalho fixo durante o dia e faz tudo certinho<br /><br />Ele tanto toca o “honky tonk” (um estilo musical baseado em vários tipos de música, como a polca) como qualquer outra coisa em lugares baratos<br />Mas sempre reserva as noites de sexta-feira para tocar<br />Com os “Sultões do Swing”<br /><br />Então eu vejo uns caras mais jovens trocando gozações num canto lá fora<br />Vestidos com o melhor jeito moderninho de ser<br />Eles não dão um centavo pelo trumpetista tocando na banda<br />O que eles ouvem não é o que eles chamam de rock and roll<br /><br />Enquanto isso, os “Sultões” já estão tocando “jazz creole” (uma variação do jazz-raíz nascido de influências africanas)<br /><br />Então, um cara pega o microfone<br />Uma espécie de sineta toca<br />E ele diz: isso é tudo por hoje<br />É hora de ir pra casa…“Nós somos os sultões do swing”.<br /><br /><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><iframe allowfullscreen="" class="BLOG_video_class" height="368" src="https://www.youtube.com/embed/h0ffIJ7ZO4U" width="443" youtube-src-id="h0ffIJ7ZO4U"></iframe></div></div><br /></div></div>Lucashttp://www.blogger.com/profile/17421348604917869701noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-6937416326879277047.post-307521767992140422021-07-01T00:26:00.005-03:002021-07-01T00:29:39.179-03:00Gosto musical é resultado<p>Sydnei Bechet é uma lenda na história do jazz. Neste vídeo, o filho dele, Daniel Bechet, lidera ao lado de outra lenda uma banda de peso que apresenta até músicas inéditas de Bechet pai, que nasceu no dia 14 de maio de 1897 e morreu no dia 14 de maio de 1959. </p><p><br /></p><p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><iframe allowfullscreen="" class="BLOG_video_class" height="336" src="https://www.youtube.com/embed/eyPVOcBozj0" width="404" youtube-src-id="eyPVOcBozj0"></iframe></div><br /><br /><p></p><p><br /></p><p><br /></p><p><br /></p>Lucashttp://www.blogger.com/profile/17421348604917869701noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6937416326879277047.post-50358429204140783742021-06-15T22:23:00.011-03:002021-06-16T17:04:42.251-03:00Os frutos da paixão<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgQRzrVfX2PmDmeKFTsxDnSi4IeL6f1zmF5BX3bD7g_7GppAV2F0HHDYyX5vxtwwEiO0Lm-M_SYPLTNsbzm5gv58KH-UzCWzmG4PbUut21JUo7p11Vw7Gz71qa_5wkY3LwDsCffbtBAD8D0/s983/os+frutos+da+paixao.png" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="535" data-original-width="983" height="217" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgQRzrVfX2PmDmeKFTsxDnSi4IeL6f1zmF5BX3bD7g_7GppAV2F0HHDYyX5vxtwwEiO0Lm-M_SYPLTNsbzm5gv58KH-UzCWzmG4PbUut21JUo7p11Vw7Gz71qa_5wkY3LwDsCffbtBAD8D0/w400-h217/os+frutos+da+paixao.png" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b><span style="font-family: georgia; font-size: x-small;">Cena do filme "Os frutos da paixão", de 1981.</span></b></td></tr></tbody></table><div><br /></div><div>É sempre bom lembrar que um filme sempre tem duas faces. A mais simples e a mais profunda.</div><br />A primeira é a historinha que começa, se desenvolve e acaba. É também a mais superficial e mais fácil de ser percebida e recontada. Ensina quase nada e talvez deixe no espectador uma noção de cores, uma música bonitinha ou emocionante, um refrão ou uma mania qualquer inventada pelo ator para deixar o personagem mais interessante. E só.<div><br />A segunda, a mais profunda, só existe nos filmes bons e ótimos. E deixa marcas fortes, noções desafiadoras, leva o espectador a pensar e reagir de modos diversos. De repente, esse espectador se dá conta de que uma mudança ocorreu em sua vida a partir do filme, como a busca por um jeito de pensar ou de agir, um silêncio onde andes havia um barulho ensurdecedor. Aquilo que o espectador é ficou diferente. Ele mesmo não percebe, mas os outros percebem e é isso que faz com que algo mude de fato.<br /><br />Por isso, todo filme é uma psicanálise prática. E os caras que fazem filmes sabem disso. E por saber disso é que devem ser analisados, resenhados e criticados, para o bem ou para o mal. Pela mesmíssima razão, os caras das plataformas digitais, do Facebook ao passa quatro que o pariu, também devem ser examinados. Por que eles sabem o que estão fazendo, eles sabem que estão transformando as pessoas, fazendo-as virar um produto que consome produtos.<br /><br />O filme pode ser assistido repetidas vezes na plataforma do Belas Artes À La Carte, portal de filmes administrado por um velho cinema de rua que foi aprendendo, na marra, que os tempos são mesmo virtuais e um serviço de filmes à la carte pode até dar lucro.<br /><br />Isso começou, claro, por vias mais modestas e foi vertiginosamente acelerado com a fraudemia chinesa, amplamente engordada no Brasil por prefeitos e governadores corruptos. Acrescente a isso alguns milhões de pessoas medrosas, que usam máscara até para mijar em casa, e o Circo Brasil está descrito. Foi bom pra mim, que assisto a filmes todo malvado dia, sem deixar de ler, de estudar e até de mijar sem máscara.<br /><br />Isso dito e, finalmente, chegamos ao filme Os frutos da paixão, do japonês Shuji Terayama, realizado na França, onde foi lançado em 1981 com censura para menores de 18 anos.<br /><br />Como sempre faço, eu não conto o filme, eu falo dos significados e do impacto das mensagens propostas.<br /><br />Na primeira linha de análise, aquela descrita nas primeiras linhas como superficial, está a ação de homem aparentemente homossexual enrustido que lança suas vontades contra mulheres inocentes, geralmente naquele ambiente típico, bordel, cassino, putaria e violência. Quem entendeu o filme assim ficou estacionado no tédio e num talvez sentimento de repulsa. E só.<br /><br />Quem quiser entender o filme precisará saber que o diretor colocou debaixo desse angu uma dose cavalar daquilo que o escritor japonês Haruki Murakami colocou em vários dos seus livros, sobretudo em “Kafka à beira-mar”. Mas que fique claro, o filme de Terayama nada tem a ver com os livros de Murakami.<br /><br />Terayama explora o contraste pureza ingênua versus amor perveso. Trata-se de ver o mal que ambos fazem a si mesmos e ao outro, seja lá com que desculpa for. Assim, toda cena, do começo ao fim, obedece à trama dos desejos. Numa segunda camada, há o jogo de imagens de fundo, com praticamente uma galeria de fantasmas humanos vestidos de gente, ora submetida ao jogo das circunstâncias, ora repetindo uma cena de seu passado infantil. Mas sem determinismo ou repertório psicoanalítico.<br /><br />Ao contrário de diretores como Bergman que mergulham em camadas que burilam seus filmes a partir do repertório da psicanálise, Terayama prefere lidar primeiro com os estados concretos em que os personagens iniciam seu trajeto rumo a objetivos. A moça que deseja um amor profundo como relacionamento, que lança olhares puros, gestos indefesos, surge aceitando o desafio de viver num cassino-bordel. A regra a seguir é clara: jamais poderá rejeitar qualquer pedido de um cliente, seja de que espécie for. Quem a conduz? O homem que ela diz amar. E quem é esse homem?<br /><br />Quem assistir ao filme verá que o homem é também fruto de alguma noção de amor, primeiro a si mesmo, depois ao mundo como ele é visto, perverso, danoso, violento, sem espaços para purezas totais.<br /><br />Entre um polo (o do trato aceito e iniciado) e outro (o das consequências da chamada realidade), o espectador verá um desfile de seres igualmente movidos por ímpetos de toda sorte. É o filme dizendo: “saia pelo mundo expondo seus sonhos dourados e suas boas intenções e veja o que acontece”.<br /><br />E o que acontece é outra camada do filme. A forma como a pureza se entrega a um cliente que vai possuí-la de quatro, associando-a uma pomba e esperando que ela faça os movimentos da ave. Ela não sofre, aceita em nome do amor, e o faz de olhos fechados.<br /><br />Noutra cena, a pureza vai chupar o pênis de um açougueiro que cheira a sangue, sem pensar duas vezes, mas sempre de olhos fechados. Faz isso (e Terayama capricha no requinte) de olhos fechados, como se estivesse chupando uma bala, doce e agradável.<br /><br />A mensagem é clara: a ingenuidade aceita tudo, corre riscos que não percebe, vive o corpo como entrega sem prazer, vive de olhos fechados. E por viver de olhos fechados, quando os abre corre o risco de descobrir mais uma forma de continuar ingênua, se apaixonando por alguém ainda mais ingênuo.<br /><br />De outro lado, o homem condutor, o mestre das práticas boas e más, o que dá as cartas, o experiente, vai se lançar numa corrente de observações contínuas de sua presa, aquela que aceitou ser prostituta para provar seu amor. Revela desejo pela pureza mas como curiosidade enquanto realiza seus desejos diretos com uma mulher mais bela e mais experiente, mais observadora, mais sagaz, dona de uma boa noção de onde fica a linha de contraponto ao amor ingênuo, atenta à linha pela qual se estabelece o amor-próprio e sua capacidade de autopreservação.<br /><br />É curioso que o encontro de duas linhas de ingenuidade é que vai levar ao desfecho, talvez inevitável. O filme se encaminha no sentido de convidar a uma reflexão: a entrega ingênua tem uma função? Como nasce essa ingenuidade? Está mesmo no passado de cada um? A cena de uma gueixa açoitando um homem, um juiz, que requer esse tratamento como elemento de prazer sexual, é sobreposta à cena dela mesma, garotinha, açoitando seu próprio pai, bêbado e perdido na vida. Mas nada há de determinismo, o filme lança essa charada aos psicanalistas. Foi coincidência? É possível que sim.<br /><br />Fato a notar: apesar da temática sexual recheada de perversões, será raríssimo o desejo sexual provocado no espectador, antes ocorrerá o contrário. Nessa camada de percepções, o espectador talvez saia do filme à procura daquela linha de auto-observação estabelecida pela parceira sexual do filme, a bela, a bela que pensa, a bela que talvez seja o outro lado da ingenuidade, a bela que sabe correr riscos e, por isso, tem direito ao prazer, seja já como quiser.<br /><br /><p style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; line-height: 1px; margin-bottom: 0cm;"></p></div>Lucashttp://www.blogger.com/profile/17421348604917869701noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6937416326879277047.post-76783296727224081982021-01-24T12:29:00.008-03:002021-01-24T12:41:39.538-03:00Ianoblefe, o massacre dos ianomâmis, que nunca existiu<p style="text-align: left;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhcGpnxDvW3pArkNr6LelI1DilvpPYbfQA-f_MxWnhyphenhyphenlWyzZJDCDjYAI-OrPOHpX-uYt_3d4btNVW3QqBwifcXfDGRPCn3QBlEGhhuEj6-OlXJlCO2-7GRKDhMS23FrVHUrk7hbyJEucnFQ/s639/ianoblefe.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="480" data-original-width="639" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhcGpnxDvW3pArkNr6LelI1DilvpPYbfQA-f_MxWnhyphenhyphenlWyzZJDCDjYAI-OrPOHpX-uYt_3d4btNVW3QqBwifcXfDGRPCn3QBlEGhhuEj6-OlXJlCO2-7GRKDhMS23FrVHUrk7hbyJEucnFQ/s320/ianoblefe.jpeg" width="320" /></a></div><br /><span style="font-family: arial; font-size: medium;"><br /></span><p></p><p style="text-align: left;"><span style="font-family: arial; font-size: large;">Por Janer Cristaldo</span></p><p style="text-align: left;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;">"O ano de 1993 ficará na história do jornalismo como o do maior blefe já registrado na imprensa nacional e internacional, o "massacre" dos ianomâmis que, mesmo sem ter ocorrido, provocou lesões irremediáveis na imagem do Brasil no exterior. A farsa teve duplo efeito. Em primeiro lugar, chamou a atenção internacional para uma chacina que simplesmente não aconteceu. Em segundo lugar, mesmo não tendo ocorrido, confirmava a existência de uma tribo que no Brasil não existe. Pois a nação ianomâmi, embora já pertença à "História do Brasil", em alguns manuais didáticos e irresponsáveis, não passa de uma criação ficcional de uma fotógrafa suíça, Cláudia Andujar, de nome tão pouco suíço, que nos anos 70 andou em Roraima fotografando, vacinando e rebatizando índios de diversas tribos distintas entre si, falando dialetos também distintos. As lesões à imagem do país atingiram ainda o público nacional: hoje, dificilmente algum brasileiro aceitaria a hipótese de que os ianomâmis não existem.<br /><br />A Justiça brasileira demorou um ano e alguns dias para oficializar a morte de Ulysses Guimarães, ocorrida em 12 de outubro de 1992. Há foto do deputado entrando no helicóptero que caiu no mar, foram encontrados os corpos do piloto e de sua mulher, há uma evidência absoluta da morte do parlamentar. Somente em 24 de setembro de 1993, sua morte foi reconhecida pelo juiz Paulo César de Almeida Sodré. Oficialmente, no entanto, Ulysses só foi considerado morto em 15 de outubro de 1993, quando o despacho do juiz foi publicado no Diário Oficial da União. Esta demora de um ano para o reconhecimento de uma morte evidente deveu-se ao fato de que o cadáver do deputado não havia sido encontrado.<br /><br />As autoridades brasileiras, em 24 horas, definiram como genocídio um suposto massacre sem cadáver algum, "ocorrido" na Venezuela. Já foram encontrados os corpos do czar Nicolau II e da família imperial russa, assassinados pelos bolcheviques em 1918, e até hoje não temos um único indício de uma chacina ocorrida em 1993, com repercussões internacionais que ameaçam a soberania do Brasil sobre seu território. Tivemos inicialmente 19 mortos, depois 40, depois 73, depois 89, depois 120, depois 16, quando de fato não houve e até hoje não há cadáver nenhum. Enfim, achou-se uma ossada, de data incerta, que não evidenciava massacre nem dava indícios de assassino algum.<br /><br />O então ministro da Justiça, Maurício Corrêa, contentou-se com esta ossada antiga para denunciar, de imediato, genocídio. A Polícia Federal, apesar das continuadas declarações de que não havia prova do crime, não hesitou em fazer um relatório, mais de dois meses depois da data da "chacina", denunciando 23 garimpeiros pelo assassinato de 16 índios, dos quais não se achou sequer um pedaço de osso. A imprensa mostrou fotos de cabaças que conteriam as cinzas dos corpos cremados. Que não podem ser examinadas, pois são "sagradas".<br /><br />Sem prova alguma de nada, a Procuradoria da República denunciou por crime de genocídio 24 garimpeiros, acrescentando mais um aos relacionados pela Polícia Federal. Pela primeira vez o Ministério Público apresentou à Justiça brasileira este tipo de denúncia, revelando uma notável falta de que fazer. Os 24 indiciados em geral por apelidos passaram a arriscar uma condenação de 30 anos de prisão. Parlamentares, bispos e cardeais, diplomatas, policiais, militares, jornalistas, todos foram envolvidos pela "chacina" e dela se tornaram cúmplices. Congresso Nacional, Forças Armadas, Conselho de Defesa Nacional, Igreja Católica, imprensa nacional e internacional, enviados especiais e correspondentes do exterior, governo brasileiro e governos estrangeiros, todos caíram no conto do genocídio.<br /><br />A vida imita a tese — Meio ano depois do "massacre" não se tinha um único cadáver em punho. Segundo o procurador Aurélio Rios, o crime de genocídio é "do tipo que exige a comprovação de sua materialidade. O assassinato de seis ianomâmis no final de julho não resultou em abertura de inquérito porque os corpos não foram encontrados".<br /><br />Segundo o coordenador regional judiciário da Polícia Federal de Manaus, Lacerda Carlos Júnior, que acompanhava em Boa Vista as investigações, "enquanto não forem localizados os corpos dos índios mortos não se poderá admitir a hipótese de uma chacina que, segundo a versão da Funai e da Procuradoria-Geral da República, matou 73 pessoas".<br /><br />Na falta de cadáveres, recorreu-se ao testemunho do antropólogo norte-americano Bruce Albert, para dar um fecho de ouro à affaire. Não que Bruce Albert tivesse assistido ao massacre. Ele apenas traduziu o relato de índios que "teriam" sobrevivido ao massacre. Com exclusividade, a "Folha de S. Paulo" (03/10/93) contou a "história secreta do massacre".<br /><br />Bruce Albert defendeu sua tese de doutorado, "Temps du Sang, Temps des Cendres", na universidade de Paris-Nanterre. O título é sugestivamente aliterativo: sang, cendres. Mais uma vez a vida imita a arte: tempo de sangue, tempo de cinzas. O olhar premonitório do antropólogo, que na época estava elaborando a biografia de Davi Kopenawa que pretendia se candidatar a deputado federal em 94 antecipou a chacina. "Houve muita imprudência com os números", disse Bruce Albert. "Não vejo a possibilidade de terem morrido mais de 70 índios na região", declarou então. Mais tarde, desmentindo inclusive seu potencial biografado, que ouviu falar de 19 mortos na Rádio Nacional, reduziu para 16 o número de mortos e dividiu o massacre em dois anos.<br /><br />Em duas páginas ilustradas por fotos de "ianomâmis", panelas furadas e pedaços de ossos inidentificáveis, o antropólogo narra detalhes rocambolescos da chacina que não viu. Há um grupo de seis índios que chega a um barracão de garimpeiros com um bilhete, expedido por outros garimpeiros, onde se lê: "faça bom proveito desses otários". Onde está esta peça ainda que ínfima de convicção? Também virou cinzas: a cozinheira que recebeu os índios a jogou no fogo. Há garimpeiros que atiram à queima-roupa com espingardas de dois canos, um "ianomâmi" que se joga no rio Orinoco, há corpos enterrados e desenterrados, garimpeiros mortos e feridos e, evidentemente, os corpos cremados e as cabaças com cinzas, lacradas com cera de abelha. Só não há um único cadáver tangível, fotografável.<br /><br />Bruce Albert tem então a ocasião de brandir sua tese: "Nas grandes cerimônias funerárias intercomunitárias que irão organizar em homenagem aos mortos, as cinzas dos adultos serão enterradas junto às fogueiras domésticas de seus parentes e as das crianças serão tomadas com mingau de banana. Nessa ocasião, as cabaças, cestas e todos os objetos que pertenciam aos mortos serão queimados ou destruídos".<br /><br />Ou seja: não há cadáveres porque foram reduzidos a cinzas. Estas não podem ser examinadas porque serão destruídas em ritos funerários. E os assassinos ou seja, os garimpeiros em geral devem ser impedidos de entrar em "território ianomâmi", conclui o cidadão norte-americano que, pelo jeito, goza de fé pública ante as autoridades brasileiras.<br /><br />Que foi feito das pernas, braços, cabeças cortadas e fetos arrancados de ventres de mulheres grávidas, denunciados à agência de notícias "Ansa", pelo então Procurador-Geral da República, Aristides Junqueira? Por mais perversos que fossem os garimpeiros e por que o seriam? quem tem estômago para cortar pernas, braços, cabeças e arrancar fetos de seres humanos? Os 19, 40, 73, 89, 120 e finalmente 16 cadáveres dos chacinados, anunciados nas primeiras páginas dos jornais do mundo todo, jamais foram encontrados. Nem mesmo os míseros três corpos "encontrados" inicialmente pela Polícia Federal.<br /><br />O monte de cadáveres de ashaninkas, massacrados pelo Sendero Luminoso, não comoveu a imprensa nacional e internacional. O massacre dos índios peruanos não foi denunciado pelas ONGs à ONU e à Corte de Haia. Quando índios trucidam dezenas de brancos no Brasil, entre estes os funcionários da entidade da qual recebem assistência, jamais se fala em massacre.<br /><br />Genocídio ou panelocídio? — A Polícia Federal brasileira investigou supostos crimes que, se tivessem ocorrido, teriam ocorrido na Venezuela. Este imbroglio nem o ministro da Justiça sabia em que país estava quando visitou o local do "crime" gera algumas indagações. Desde quando um crime cometido em país estrangeiro é tipificado pela legislação brasileira e investigado por policiais brasileiros? Qual legislação julgaria os 23 garimpeiros denunciados pela PF brasileira por um crime que se tivesse ocorrido teria sido cometido fora do Brasil? Desde quando fotos de cabaças que conteriam cinzas constituiram provas para qualquer tribunal?<br /><br />Como cremar cadáveres que em fornos modernos exigem 1360 graus centígrados durante duas horas, deixando resíduos de dois quilos de ossos misturados com resíduos de carne em fogueiras rápidas no solo úmido de uma floresta tropical?<br />Dia 19 de dezembro de 1996, o juiz federal Itagiba Catta Preta, de Boa Vista, Roraima, fechou com chave de ouro a ficção alimentada durante três anos pela imprensa: condenou cinco garimpeiros por genocídio praticado contra índios ianomâmis em 93. Pedro Emiliano Garcia, o Pedro Prancheta, foi condenado a 20 anos e seis meses de prisão. Eliézio Monteiro Neri, Juvenal Silva, Francisco Alves Rodrigues e João Morais foram condenados a vinte anos de prisão. Dois garimpeiros responderam o processo em liberdade e três à revelia.<br /><br />Cadáveres, nenhum. Mas o juiz Catta Preta não tem dúvidas de que houve o massacre. Como prova do crime, aceitou laudos de antropólogos sobre os hábitos culturais dos ianomâmis a história das cinzas, formulada por Bruce Albert , além do depoimento de sobreviventes. "Pelos depoimentos colhidos, não tenho dúvida de que pelo menos doze índios foram mortos".<br /><br />Se morreram na Venezuela, para Catta Preta tanto faz. Segundo ele, o código penal prevê que o genocídio, quando praticado por brasileiros, fica sujeito à lei brasileira. Seria interessante sabermos o que pensam disto os venezuelanos.<br />Sem cadáver não há crime, diz a boa doutrina jurídica. Os garimpeiros foram condenados por um crime que não houve. Pior ainda, pelo assassinato de índios de uma tribo que não existe. Naquele dia, em Roraima, foi atada com nó de tope a maior farsa jornalística, política e jurídica jamais ocorrida no Brasil, com sérias conseqüências para a integridade territorial do país.<br /><br />A imprensa, em verdade, fotografou alguns sinais de violência na aldeia venezuelana onde teria ocorrido o massacre, várias panelas perfuradas por tiros. E só. Teríamos então um panelocídio, figura que jamais foi contemplada por qualquer código penal.<br /><br />A ficção da fotógrafa — Se o antropólogo Napoleon Chagnon constatou a existência de uma tribo de ianomâmis na Venezuela, a extensão desta etnia a territórios brasileiros está longe de ser uma evidência. O blefe do massacre de ianomâmis em 93 repousa sobre um blefe anterior, ou seja, a existência de uma tribo ianomâmi no Brasil. Quem faz esta denúncia é o coronel Carlos Alberto Lima Menna Barreto, em "A Farsa Ianomâmi" (Rio, Biblioteca do Exército Editora, 1995). Em função de seu ofício, o militar gaúcho trabalhou em Roraima desde 1969, onde teve estreito contato com a população indígena da região e jamais ouviu falar em ianomâmis, palavra que invade a imprensa brasileira e internacional somente a partir de 1973.<br /><br />Segundo Menna Barreto, Manoel da Gama Lobo D'Almada, Alexandre Rodrigues Ferreira, os irmãos Richard e Robert Schomburgk, Philip von Martius, Alexander von Humboldt, João Barbosa Rodrigues, Henri Coudreau, Jahn Chaffanjon, Francisco Xavier de Araújo, Walter Brett, Theodor Koch-Grünberg, Hamilton Rice, Jacques Ourique, Cândido Rondon e milhares de exploradores anônimos que cruzaram, antes disso, os vales do Uraricoera e do Orenoco, jamais identificaram quaisquer índios com esse nome".<br /><br />Tampouco o leitor que hoje tenha 40 ou 50 anos jamais terá ouvido falar, em seus bancos escolares, da tal de tribo, que recebeu um território equivalente a três Bélgicas, como sendo suas "terras imemoriais". Imemoriais desde quando? Desde há duas décadas?<br /><br />O cerne do problema não é a preservação do índio e suas tradições. Nas últimas discussões sobre a questão indígena no Brasil, geralmente omite-se um item, nada menos que o essencial: os protochanceleres da suposta nação ianomâmi reivindicam para seus protegidos um território de subsolo riquíssimo em ouro, diamantes, nióbio e cassiterita. Nenhuma ONG se preocuparia tão enfaticamente com as culturas hutu ou tutsi, em Ruanda, com a dos miskitos na Nicarágua ou com a dos ashaninkas no Peru.</span></p><p style="text-align: left;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;">Para o coronel Menna Barreto, nada melhor que o idioma para definir a linhagem e contar a história dos grupos humanos. Em suas primeiras missões na região, encontrou os maiongongues classificados no grupo Caribe e os xirianás, uaicás e macus, falando línguas isoladas. Como os primeiros exploradores e cientistas estrangeiros, jamais ouviu falar de ianomâmis.</span></p><p style="text-align: left;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;"><br />"É preciso ficar claro antes de tudo que os índios supostamente encontrados por Cláudia Andujar são os mesmos de quando estive lá, em 1969, 1970 e 1971. Pode ser que, seduzidos com promessas, tenham concordado em renegar o próprio nome, deixando de ser os valentes que sempre foram, para se prestarem agora a esse triste papel. Ou, quem sabe, podem ter sido convencidos a vestir o apelido de "ianomâmis" por cima dos antigos nomes, numa forma de fantasia menos nociva aos valores e tradições indígenas... Entretanto, não é de se duvidar que, para cúmulo do desprezo pelos antropólogos nacionais, nada tenha sido feito para disfarçar a mentira e que, com exceção dos mais sabidos, eles continuem a ser os xirianás, os uaicás, os macus e os maiongongues de sempre, ficando essa história de "ianomâmis" só para brasileiros e venezuelanos".</span></p><p style="text-align: left;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;"><br />"Mas os índios tidos como ianomâmis são os mesmos que lá estavam de 1969 a 1971. Tenho certeza porque voltei à região em 1985, 1986, 1987 e 1988, como Secretário de Segurança, e vi as malocas nos mesmos lugares e os índios com as mesmas caras de antes. E, muito embora essa afirmação possa parecer temerária, pela dificuldade de distinguir-se um índio do outro na mesma tribo, é fácil de ver que, se nesses vinte anos não se registrou nenhuma ampliação de malocas, nem há notícia da ocorrência de epidemias ou guerras entre eles, os atuais habitantes são os mesmos visitados por mim, quando Comandante da Fronteira ou, então, são descendentes deles".</span></p><p style="text-align: left;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;"><br />Para este gaúcho que conheceu de perto e de longa data as tribos de Roraima, não é permissível enquadrar grupos tão distintos em uma única nação, "apagando-lhes as diferenças e variações culturais, quando a Antropologia tem como objetivo, ao contrário, salientá-las". Segundo Menna Barreto, as diferentes tribos hoje designadas genericamente pelo gentílico ianomâmi, são bem definidas e distintas entre si.</span></p><p style="text-align: left;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;">Ianomamização — Prossegue Menna Barreto: "os uaicás, por exemplo, têm conseguido, ao contrário dos demais, manter-se praticamente imunes a influências estranhas, seja pelo terror que sua ferocidade infunde, seja pela precaução instintiva de se retraírem para evitar a própria degeneração e o ocaso no convívio com culturas mais avançadas. Os xirianás, no entanto, não puderam evitá-las em suas tribos do Alto Uraricaá, do Motomotó e do Matacuni, mais sujeitas à força do gregarismo humano nas condições singulares que viveram. Os primeiros mantém estreito relacionamento com seus vassalos auaqués e um rudimentar comércio com vizinhos do grupo caribe. Os do Matacuni, por sua vez, vinculam-se cultural e comercialmente aos iecuanás do Alto Auari".<br /><br />Os xirianás do Matacuni e do Uraricaá, segundo o autor, após terem exterminados os maracanãs, os purucotós e os auaqués, tornaram-se mansos e sedentários. Já seus irmãos do Motomotó, em sua limitada parceria com os macus, só alcançaram uma certa habilidade artesanal e uma relativa moderação da brutalidade primitiva. Outra parcela da tribo, das nascentes do Orenoco e do Médio Mucajaí, conservam o nomadismo e hábitos selvagens, sendo incapazes de construir malocas com troncos fazer canoas ou plantar roças. Ainda na mesma reserva ianomâmi, estariam os iecuanás-caribe, apelidados de maiongongues pelos macuxis e de maquiritares pelos venezuelanos, mais os remanescentes das tribos guinaú e iauaraná.<br /><br />"Com tamanha profusão de línguas, raças e culturas, é indevido e absurdo" escreve Menna Barreto "classificar-se todos de ianomâmis. Fechar os olhos a esta evidente farsa para favorecer interesses escusos de outros países, em detrimento do Brasil, mais do que escândalo é traição".<br /><br />Cláudia Andujar, em verdade, ianomamizou uma babel de tribos que pouco ou nada tinham a ver entre si. A ficção tomou força na imprensa internacional e os "ianomâmis" passaram a "existir". Quando Brasília se deu conta de que o reconhecimento de grupos indígenas requeria capacitação em Antropologia, o mal já estava feito: a fotógrafa havia criado uma nação.<br /><br />Imemorialidade posta em xeque – Se Menna Barreto não aceita a classificação de ianomâmis a toda uma profusão de línguas, raças e culturas, os defensores incondicionais de uma nação para a nova tribo não só insistem em sua existência como ainda em seu caráter imemorial em território brasileiro. A própria CCPY (Comissão Pró-Yanomami) parece não crer muito na imemorialidade desta posse. Em documento interno da comissão, A Prática do Yanomami, de autoria do lingüista Henri Ramirez, lemos que "não se sabe absolutamente nada sobre o passado remoto do povo yanomami". Para quem falava em povos imemoriais, já é um avanço. A única certeza que o lingüista encontra é que, no século XVIII, viviam confinados nas florestas montanhosas na fronteira entre o Brasil e a Venezuela. Ao dar a descrição da região ocupada, o autor cita vários rios, todos eles situados na Venezuela. Segundo Ramirez, uma primeira vaga de ianomâmis invade o Brasil em 1915, alcançando o Marauiá e o Cauburi, no norte do Estado do Amazonas, fronteira com a Venezuela. Ou seja, os ianomâmis no Brasil são menos imemoriais que nossos avós.<br /><br />Ainda segundo Ramirez, uma segunda leva de ianomâmis teria chegado aqui em 1945, fixando-se no Marari, nas cabeceiras do Padauari e no Demini. Em nome desta curtíssima imemorialidade, Andujar, missionários e antropólogos isolaram do Brasil 10 milhões de hectares. Em 1992, por um punhado de linhas na mídia internacional, o então presidente Fernando Collor de Mello avalizou a ficção de Andujar, entregando três Bélgicas a dez mil índios (ou talvez menos da metade disso). Milagre do jornalismo eletrônico: jamais se construiu uma nação em tão pouco tempo.<br /><br />Este isolamento, evidentemente, não é gratuito. Há muito se fala em uma nação indígena independente. Em Yanomami, Neuza Romero Barazal brande Bobbio para definir autodeterminação, a capacidade que "populações suficientemente definidas étnica e culturalmente têm para dispor de si próprias e o direito que um povo dentro de um Estado tem para escolher a forma de governo". E conclui que , no âmbito internacional, deveria ser reconhecido o direito de um povo não se submeter à soberania de um Estado contra a sua vontade, desde que considerado étnica e culturalmente definido.<br /><br />Uma Cuba para latifundiários</span></p><p style="text-align: left;"><span style="font-family: arial; font-size: medium;">Os uaicás, xirianás, iecuanás, macus e maiongongues, segundo Menna Barreto — ou ianomâmis, como os rebatizou Andujar — têm hoje a posse de 9,4 milhões de hectares, uma extensão territorial que jamais conseguirão controlar. Não bastasse esta imensidão de terras entregue por Collor de Mello a um punhado de seres primitivos, incapazes de constituir ou gerir um Estado, o presidente Fernando Henrique Cardoso acaba de demarcar uma área ainda maior, de 10,6 milhões de hectares (território equivalente a Cuba) na região conhecida como Cabeça do Cachorro, no noroeste do Amazonas. <br /><br />A demarcação, feita com patrocínio do G-7 (grupo formado por EUA, Japão, Canadá, Alemanha, França, Grã-Bretanha e Itália) revoga e engloba 14 "ilhas" descontínuas, criadas durante o governo Sarney (1985-90). Antes da nova demarcação, as 14 "ilhas" tinham apenas 2,6 milhões de hectares. Esta Cuba será entregue a cerca de 30 mil índios, quase 10% da população indígena do Brasil, espalhados em 600 comunidades de 23 etnias, como baré, suriana, maku, baniwa e tucano, entre outras.<br /><br />Detentores de 11% do território nacional, os 325 mil índios brasileiros se candidatam fortemente à condição de maiores latifundiários do planeta. Ironicamente, habitam o mesmo país em que o Movimento dos Sem-terra (grupos armados de fuzis, foices e facões, organizados pela Igreja Católica) invade e desmonta propriedades produtivas, com técnicas de guerrilha e sob as bandeiras de Mao Tse Tung e Che Guevara. Alegam os defensores dos “povos da floresta” que todo o território brasileiro lhes pertencia, antes da chegada dos portugueses. Ocorre que os nativos não pediram passaporte a Cabral, nem lhe exigiram visto de entrada. Ora, sem Estado constituído, povo algum pode pretender a posse de qualquer território.<br /><br />Postos em quarentena pela antropologia militante, isolados deste século por uma política oficial de Brasília, uma merencória opção é deixada aos autóctones de Pindorama: morrer de fome ou depender da caridade pública. Integrar-se ao século XX, jamais: os antropólogos precisam preservar, congelados no tempo, seus objetos de estudo.<br /><br />Assim prepara-se o Brasil para entrar no terceiro milênio. Deixando para trás, perdidos no passado, seus primeiros habitantes.</span></p> Lucashttp://www.blogger.com/profile/17421348604917869701noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-6937416326879277047.post-14079191809916560992020-06-18T21:52:00.002-03:002020-06-18T21:55:28.602-03:00O inimigo público está fora de foco<font face="helvetica" size="5"><br /><br />Houve uma grande mudança de foco para ficar no mesmo conflito. Primeiro foi com com Sergio Moro. Agora, colocaram Bolsonaro no lugar de Sergio Moro. Não entendeu ainda? Então vamos lá.<br /><br />De veredores a senadores, a grande maioria temia Sergio Moro e a Lava Jato. E a absoluta maioria destes caras fazia isso em silêncio. Há até aqueles que postaram fotos ou mensagens próximas dele mas que tramavam contra ele nos bastidores.<br /><br />Agora, posam ao lado de Bolsonaro com a "faca" escondida e com as armações prontas para apenas usar a imagem dele nas próximas eleições. Já foi possível detectar rematados bandidos fazendo isso.<br /><br />O Congresso pediu a cabeça de Moro. Por vias tortas, conseguiu.<br /><br />Então Bolsonaro teve de aprender na marra a lição. O Congresso não é confiável e não dará suporte a qualquer ação que vise combater corrupção.<br /><br />Com a saída de Moro, a pressão agora é da mesma cor, da mesma intensidade e tem a mesma finalidade: manter o sistema político como grande balcão de negócios, cujos gerentes são vereadores e prefeitos que ficaram milionários nos últimos dois anos e meio.<br /><br />Toda a máquina política brasileira funciona montada nessa estrutura de poder. Enquanto político tiver proteção do STF, você pode votar em quem quiser, sabendo que não adiantará nada.<br /><br />Votamos num sistema de casta política, que exclui o voto dos descontentes. Na próxima eleição municipal vamos apenas votar naqueles que vão nos roubar.<br /><br />O grande inimigo político do cidadão brasileiro está fora de foco, está nos municípios, com fala mansa e silêncio, ajudando a esconder milhões em prédios novíssimos de apartamentos cuja construção é empurrada por enxurradas de lavagem de dinheiro, em compras superfaturadas, sempre em nome da gestão de crise que nem é mais do vírus, qualquer crise serve a quem rouba o dinheiro público como forma de vida.<br /><br /></font>Lucashttp://www.blogger.com/profile/17421348604917869701noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6937416326879277047.post-91746543406355316212020-05-24T18:03:00.000-03:002020-05-24T18:06:16.619-03:00Mutação de um vírus pode ser rastreada e até servir de prova contra criminosos<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhK3aXt_nWGcwtyl-S8g0eGJdL3wSkQy3pueOaqW5WCS3RMZWyDNtUX61P51LJUj1M5ifqOSMGfqtasPVJVnDZjgRzXiW7XWPS_MheRbiPDzClwf4YTJXN-nPEySByVbnSBMiSTEOswRDI3/s1600/capa+de+livro+virus.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="900" data-original-width="626" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhK3aXt_nWGcwtyl-S8g0eGJdL3wSkQy3pueOaqW5WCS3RMZWyDNtUX61P51LJUj1M5ifqOSMGfqtasPVJVnDZjgRzXiW7XWPS_MheRbiPDzClwf4YTJXN-nPEySByVbnSBMiSTEOswRDI3/s400/capa+de+livro+virus.jpg" width="277" /></a></div>
<span style="font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large;"><br /></span>
<span style="font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large;">No final da década de 1980, o órgão americano responsável pelo controle de doenças infecciosas investigou a ocorrência de aids em uma paciente. A jovem americana descobriu-se portadora apesar de afirmar não ter se exposto ao vírus. A investigação de sua infecção não mostrava a forma de contágio. A jovem não usara drogas injetáveis, não recebera sangue em transfusões, não fizera tatuagens, não realizara acupuntura e negava ter mantido relação sexual com parceiros suspeitos. Seus dois antigos namorados fizeram exame de aids. O resultado de ambos foi negativo. O mistério permanecia.<br /><br />A pista surgiu com a descoberta de que a jovem recebera tratamento dentário quase dois anos antes de descobrir sua infecção. Seu dentista da Flórida portava o vírus. Esse profissional poderia ter transmitido a doença? O tratamento foi habitual, o dentista não se cortou e nem perfurou sua pele com os instrumentos usados na paciente. Caso tenha havido a transmissão, foi de maneira despercebida. Uma pequena perfuração de suas mãos com a agulha da anestesia? Um mínimo corte dos dedos com o instrumento dentário? Esses pequenos acidentes poderiam levar seu sangue à paciente, mesmo usando luvas. Como comprovar que o vírus do dentista infectou a paciente? A resposta estava na seqüência genética do vírus.<br /><br />O vírus é transmitido de pessoa para pessoa. Um paciente (chamemos de paciente 1) transmite o vírus para outra pessoa (chamemos de paciente 2). Esta última passará seu vírus adiante para a próxima (paciente 3) e assim por diante. As mutações virais se acumulam em cada indivíduo infectado de tal maneira que o vírus do paciente 10 será bem diferente do paciente 1 que originou a seqüência de infectados. Por outro lado, o vírus de qualquer paciente será muito semelhante ao da pessoa que o infectou.<br /><br />Os vírus da paciente e do dentista foram analisados. O RNA de ambos era muito semelhante. As mesmas mutações encontradas no vírus do dentista estavam presentes no da paciente, exceto por algumas pequenas diferenças em decorrência do tempo. Não havia dúvidas de que o vírus da jovem era descendente do vírus do dentista. Além disso, ambos eram bem diferentes dos vírus que circulavam entre a população daquela região.<br /><br />Esse caso alertou as autoridades de saúde, que recrutaram os pacientes do dentista para realizarem exames. Aqueles com sorologias positivas para aids tiveram o material genético de seus vírus comparado com o do dentista. Encontraram mais cinco pacientes contaminados pelo vírus do profissional.<br /><br />Uma série de debates envolve o caso. O mecanismo da transmissão permanece um mistério, o que abre as portas para especulações. Seria uma infecção intencional? Um ato criminoso? Provavelmente um acidente de perfuração com agulha ou fios de sutura expôs os pacientes ao sangue do dentista. Especulações quanto a real forma de transmissão são aventadas, porém a comparação do material genético dos vírus demonstra a enorme probabilidade da transmissão ter sido causada pelo dentista.<br /><br />Assim, no início dos anos 1990 aconteceu a primeira provável confirmação de transmissão do vírus da aids. Abriu as portas para que pudéssemos comparar os vírus de pessoas diferentes a fim de resolver disputas jurídicas. O vírus da aids começou a sentar no banco dos réus.<br /><br />Em agosto de 1994, um médico de Los Angeles vivia o fim de um relacionamento com uma enfermeira da mesma cidade. O desfecho não ficou apenas em mágoas e rancores. A enfermeira recebeu de seu amante uma injeção muscular supostamente de vitaminas para que desempenhasse suas tarefas com maior disposição. O leitor suporia o desfecho e presumiria que horas depois ela foi encontrada morta. Não foi o caso. A enfermeira continuou sua rotina diária normal até janeiro do ano seguinte. Época em que realizou um exame para aids como outros tantos. Esse exame diferiu dos demais. Para sua surpresa se revelou positivo. Estava infectada.<br /><br />A enfermeira recebeu a notícia com transtorno e o que seria o término de um relacionamento amoroso tornou-se um caso criminal. Ela suspeitou e acusou seu ex-amante de tê-la contaminado com o vírus da aids naquela injeção. O gastroenterologista, o ex-amante, foi à corte. O médico não imaginava o avanço da ciência em comparar vírus para saber a fonte de origem. Da mesma maneira que os estupradores não imaginariam que a ciência viria a recolher seus espermas nas vítimas e submetê-los ao teste de DNA, para compará-los e comprovar que eram provenientes do suspeito. Os investigadores vasculharam os prontuários dos pacientes do médico.<br /><br />Encontraram aqueles que haviam se consultado nos dias próximos ao suspeito crime. Identificaram uma ficha médica que pertencia a um paciente portador do vírus da aids. Ele se consultou no mesmo dia da tal injeção e teve uma amostra de seu sangue colhida no próprio consultório médico. A acusação era a de que o médico retirou amostra de sangue do paciente e misturou-a à seringa usada na sua ex-amante.<br /><br />O paciente e a vítima forneceram nova amostra de sangue para isolar seus vírus da aids. Ambos tiveram seu material genético mapeado e as mutações comparadas. Vírus de outros portadores da mesma cidade foram recolhidos para servirem de comparação. Os exames não deixaram dúvidas. As mutações dos vírus da vítima e do paciente eram idênticas. A árvore genealógica provou que o vírus da enfermeira descendeu do vírus daquele paciente. As impressões digitais de ambos os vírus coincidiram. O médico foi sentenciado a cinqüenta anos de prisão.</span><br />
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<span style="font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<b><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;"><br /><br />TRECHO DO LIVRO: </span></b><br />
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<b><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;">A HISTÓRIA DA HUMANIDADE CONTADA PELOS VÍRUS<br />Bactérias, Parasitas e Outros Microrganismos...<br /><br />AUTOR: Stefan Cunha Ujvari, </span></b>médico infectologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz - São Paulo. Mestre em doenças infecciosas e especialista em doenças infecciosas e parasitárias pela Escola Paulista de Medicina – Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), professor da disciplina de Emergência Médica na mesma universidade<b><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span><br />Editora Contexto, 2012</b></div>
Lucashttp://www.blogger.com/profile/17421348604917869701noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6937416326879277047.post-28385000977597428772020-04-25T20:11:00.000-03:002020-04-25T20:11:00.426-03:00Muita gente ainda vai se decepcionar.<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;">Um pouco porque ignora trâmites legais e acha que basta votar para ter um Deus na Presidência. Por outro lado é simples, a pessoa vota mas não entende como a política funciona. Isso que Bolsonaro fez com todos os oito ministros demitidos se chama "fritura" de ministro.<br /><br />Isso existe desde os tempos de Getúlio Vargas. A grande diferença é que todo presidente tem de saber como fritar um ministro. E conhecer o perfil de ministro é fundamental, pois cada um tem seu próprio nome a zelar.<br /><br />Quem leu sobre a história de Moro sabe bem como ele funciona. Lula tentou fazer o mesmo com Joaquim Barbosa, por ser negro. Acabou vendo como a vida real funciona. Foi Barbosa quem afundou de vez o PT no julgamento do mensalão.<br /><br />A fritura de Bolsonaro já começou. Neste momento, Rodrigo Maia e Alcolumbre fazem embaixadas para ver como salvar Bolsonaro do impeachment. E isso terá um custo. Maia, oficialmente, é oposição aberta a Bolsonaro, mas é um fisiologista de primeira hora. Vai querer tirar partido da fraqueza do presidente, de olho nas eleições.<br /><br />Moro sabe bem o que fez ao sair e sendo absolutamente coerente. </span><div>
<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;">A deputada Carla Zambelli saiu em defesa do chefe para conter Moro. Mas ela comete todas as incongruências nas microexpressões ao falar de Moro, ou seja, está se sentindo sem jeito porque sabe que a história é mais complicada.</span></div>
Lucashttp://www.blogger.com/profile/17421348604917869701noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6937416326879277047.post-17797274877553431612020-04-14T21:15:00.000-03:002020-04-16T11:33:26.881-03:00Mulher se cura do coronavírus usando apenas Dipirona e Paracetamol<span style="font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: medium;">Uma interessante abordagem de <a href="https://www.facebook.com/adis.diwan.nigri?__tn__=%2CdK-R-R-R-R&eid=ARAxxKfy3gt949TWQ0BpmsHVGPHTujB25d5MkvawQVJ1tGWJSnwFG9D3Prjl_nlkhQAvkq5stfZO2f73&fref=mentions">Adis Diwan Nigri</a> em seu perfil no Facebook. Ela perguntou se alguém havia se curado da doença causada pelo coronavírus. Entre as respostas que recebeu está a de <a href="https://www.facebook.com/simoni.it?__tn__=%2CdK-R-R-R-R&eid=ARBTi4h6K6pUzL4zhVo24BxkZnBVHejMVvW4p2-bZUdIZwTY3ufkAZlvuNBPGpqY0H3cq_kuFVylFUtg&fref=mentions">Marco Simoni</a>, que apresentou o relato de sua mulher que contraiu a doença e dela se curou.<br /><br />A seguir o relato em sua íntegra:<br /><br />Boa noite, abaixo relato da minha esposa, que teve COVID, para as suas amigas:<br /><br />"Ontem, domingo, tive alta, após 21 dias de isolamento (18 total + 3 “semiaberto”). Protocolo esse orientado pelo meu médico, para os sintomas “leves”.<br /><br />Agora , totalmente curada e imune, quero participar vocês que contraí a Covid-19, eu e meu grupo todo da viagem à Turquia, após o motorista que nos conduziu tempo integral durante 07 dias, ter testado positivo.<br /><br />Soubemos ao certo no dia que chegamos no Brasil, 03 semanas atrás, dia 22 - domingo! Todos fomos direto para o isolamento, cada um na sua casa.<br /><br />No início deu um certo medo, natural, porque sou do grupo de risco (coração e asma), mas mantive minha serenidade, espiritualidade e calma, *essenciais* no tratamento desse diagnóstico.<br /><br />Passei essa fase inicial, até o período crítico (sexto ao oitavo dia), monitorando minha respiração, sempre gerenciando o que assistir nessas mídias sensacionalistas e mensagens de whats, caso contrário estaria entubada nesse momento!!!<br /><br />Por esse motivo, participei poucas pessoas, não contei para a minha família para não preocupá-los, e também achei por bem não contar para aquelas pessoas que estavam demonstrando pânico e histeria diante dessa pandemia, a fim de não receber essa energia negativa e também assustá-los!<br /><br />Uma situação delicada, digo por experiência própria, um momento esse que quem contrai precisa de muito apoio, afeto e energia positiva; e o que menos precisa são sermões, questionamentos e julgamentos.<br /><br />Passei por todos os sintomas de uma gripe normal acrescidos de outros bem característicos como falta total de olfato e paladar, sonolência, falta de energia, cansaço, um dia de muita dor no corpo, vários dias de muita dor de cabeça e poucos de diarreia.<br /><br />Os sintomas sumiam e voltavam, é normal, 2 dias febril (37.5º), porém, irrelevante; <b>só usei dipirona e paracetamol 750 em todo o período</b>.<br /><br />O controle maior era ficar de olho na falta de ar e febre alta incessante, aí teria que procurar o hospital com urgência. Foi o caso de uma das meninas que, por negligência, esperou 5 dias com muita falta de ar até sentir algumas ausências, para correr para o hospital. Acabou sendo entubada, passou 8 dias na UTI, mas enfim teve alta na sexta dia 10 e já segue recuperada, em casa!<br /><br />Graças a Deus e as muitas correntes de oração, de vibração, amor e cura, todos esses dias, nós saímos dessa, curados, emocionados, fortalecidos e ainda mais unidos! Nosso grupo, os infectados, se transformou numa grande família emanando energia, força, amor, e muita solidariedade.<br /><br />Quero dizer que não importa a forma como adquiriu uma doença, ninguém no mundo deseja estar ou ficar doente, não é o caso de culpar ou responsabilizar um ou outro, e sim de estarmos ao lado transmitindo apoio, incentivo e amor que, sem dúvida, é o maior antídoto para qquer doença! Deus guarde e proteja vcs todas!<br /><br />Marco Simoni relata: “não contraí a doennça; fiquei totalmente isolado dela e em tudo usei cloro diluído, detergente, Pinho Sol puro e Lysoform; talheres e louça separados e máscara e luvas em alguma situações. Fui mordomo por 3 semanas! Outros médicos amigos compraram o remédio e deixaram em casa para uma emergência eventual!</span>Lucashttp://www.blogger.com/profile/17421348604917869701noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6937416326879277047.post-24817811265824831572020-03-28T08:58:00.002-03:002020-03-28T19:01:19.550-03:00Os defeitos de João Doria<div>
<span style="font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span></div>
<span style="font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhnjg8tyhQUfXQSTtdqXcW4N-Oqiu8HW1v0oBHVYq8MgIzpBFfcyRJfJDsyO-QX26GCRVSdsmn9QHD1dGNz3K9omX0Uxgi2JmDeqhIeiD-yhWRHLbz3IA-DvjnJjJWpXJdupguW6p7020yO/s1600/doria.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="225" data-original-width="225" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhnjg8tyhQUfXQSTtdqXcW4N-Oqiu8HW1v0oBHVYq8MgIzpBFfcyRJfJDsyO-QX26GCRVSdsmn9QHD1dGNz3K9omX0Uxgi2JmDeqhIeiD-yhWRHLbz3IA-DvjnJjJWpXJdupguW6p7020yO/s320/doria.jpeg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><h3>
<b>O que ele é fala mais alto</b></h3>
</td></tr>
</tbody></table>
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<span style="font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><span style="font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span></span></div>
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<span style="font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><span style="font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span></span></div>
<span style="font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif;">
“O que você é fala tão alto que não é possível ouvir o que você diz”. Poucas frases da psicologia de aconselhamento expressam tão bem um comportamento público como o do governador de São Paulo, e já candidato à Presidência da República, João Doria.<br /><br />Os defeitos do homem João Doria começam aí mesmo, o que ele é fala muito alto, não importando o que ele diz.<br /><br />Dizem que o estilo Doria nasce da sede pelo poder. Ora bolas! Sede pelo poder é o que caracteriza os políticos desde o início dos tempos. Sede de poder alimentada, primeiro, pela sede de ficar rico.<br /><br />Sendo milionário e executivo e, acima disso, um apresentador de televisão, misto de Sílvio Santos com Amaury Ribeiro, o governador de São Paulo seria um campeão mundial em simpatia, tranquilidade, confiança e bem-estar.<br /><br />Quer um exemplo de político que despertava tudo isso mesmo sendo sério, chato e até meio autoritário? Mário Covas, o ex-governador de São Paulo. Entre muros, o “espanhol”, como era chamado, não perdoava traição. E confiava plenamente no “japonês”, Yoshiaki Nakano, seu secretário da Fazenda, que o ajudou a colocar em ordem as finanças do Estado de São Paulo, iniciando uma rota de desenvolvimento que fez o estado responder por 42% do PIB brasileiro.<br /><br />Aí está, a dupla confiança e fidelidade é algo em falta nas prateleiras do atual governador. Dizer prateleira é dizer comércio de características pessoais. É fazer comércio de dois atributos que chegam na frente, que fazem alguém ser visto e ouvido independentemente do que a pessoa é no seu estilo pessoal, como Mário Covas.<br /><br />Doria elegeu-se prefeito de São Paulo prometendo levar a sério seu mandato até o fim. Até começou bem, com medidas de impacto na área da saúde. Mas apenas começou bem. Logo se percebeu que o atendimento médico dado a pobres em hospitais caríssimos era apenas ocupação de horários ociosos. Mas “pegou bem”.<br /><br />Mas também revelou o lado sombra do homem: gostar de mandar e de exibir o poder que detém. Para chegar lá, Doria também deixou feridas graves no caminho do então PSDB.<br /><br />Um exemplo está na reunião do partido logo depois do primeiro turno da eleição de 2018. Com a Executiva nacional reunida em Brasília, João Doria chegou com os dois pés na porta, dizendo: “Não posso imaginar que um partido da dimensão do PSDB não tenha projetado a existência de um segundo turno, seja para Presidência da República, seja para os governos. Se não fez, errou”. Era uma cobrança por mais dinheiro para a campanha do segundo turno.<br /><br />Presente à reunião, o presidente nacional da sigla, Geraldo Alckmin, lembrou que Doria era o “temerista” do partido (aliando-se a Temer). E mais do que tudo, Alckmin declarou: “não sou traidor”. Alckmin estava apenas lembrando que Doria tentou substituí-lo na disputa à Presidência, provocando um trauma, e racha, no partido.</span><br />
<span style="font-family: "helvetica neue" , "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br />Há outros episódios em que o assunto traição pode ser lembrado mas o que entrou para a história, como símbolo de “cara-de-pau”, foi a negação da aliança com Jair Bolsonaro no segundo turno da mesma eleição. Surgiu ali a figura do “bolsodória”, hoje negada pelo governador.<br /><br />Quem o viu e ouviu sabe que João Doria usou o nome de Bolsonaro para se eleger. E a prova de que o atual governador já não convencia pelo que dizia apareceu em algumas cidades de São Paulo, onde o candidato Márcio França venceu João Doria no segundo turno depois de ter perdido fragorosamente no primeiro turno.<br /><br />No espaço de tempo entre um turno e outro, o eleitor mudou seu voto. Vamos ficar com um único e ilustrativo exemplo. No primeiro turno, em Osasco, cidade de 700 mil habitantes, vizinha da capital, João Doria obteve 106 mil votos enquanto França ficou com 69 mil votos. No segundo turno, França conseguiu 189 mil votos contra 176 mil do atual governador.<br /><br />França fez campanha contra Doria batendo fortemente no caráter “duas caras”, de “pessoa que não honra compromissos”, que “só pensa em si mesmo”.<br /><br />Os atuais acontecimentos decorrentes da pandemia do coronavírus estão servindo, de novo, para o apetite do governador por mais poder. Mesmo sendo um profissional da comunicação, aplicando no estilo de governar o perfil de executivo de empresa, João Doria teria de mudar a si mesmo para se fazer ouvir. Por enquanto, o que ele é continua falando mais alto.</span>Lucashttp://www.blogger.com/profile/17421348604917869701noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6937416326879277047.post-43775439585663412902020-03-26T14:39:00.004-03:002024-01-08T14:26:33.913-03:00Os erros de Bolsonaro<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjAmRvcRz3CrpcuP6YZS0AL2BC7T5AImC-KTGMI6taBzVyQ44CWQFYUUneetHBC1AhaOeDWjT5q1D0mkEMt-YbMmjxXHFawVhGdVadJy0srjQTsOknhlJaIsw3v7uHTuZBi9Yh1NCB97E2k/s1600/bolsonaro.jpeg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="183" data-original-width="275" height="265" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjAmRvcRz3CrpcuP6YZS0AL2BC7T5AImC-KTGMI6taBzVyQ44CWQFYUUneetHBC1AhaOeDWjT5q1D0mkEMt-YbMmjxXHFawVhGdVadJy0srjQTsOknhlJaIsw3v7uHTuZBi9Yh1NCB97E2k/w400-h265/bolsonaro.jpeg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b>Presidente deixou a comunicação na mão de amadores</b></td></tr>
</tbody></table>
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<span face=""arial" , "helvetica" , sans-serif">Uma das primeiras ações do hoje calado ministro Sérgio Moro foi chamar os governadores para conversar. O assunto era combate à corrupção. Nenhum deles poderá dizer que foi ignorado ou não foi consultado.</span><br />
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<span face=""arial" , "helvetica" , sans-serif">O presidente Bolsonaro teve, bem diante dos seus olhos, um exemplo de como um “novato” começava bem uma missão política e sem se vender ou ficar na mãos da tigrada que governa os estados.</span><br />
<span face=""arial" , "helvetica" , sans-serif">Pior, na sequência de ações do ministro, o presidente aceitou uma encomenda parlamentar destinada a tirar a Segurança Pública das mãos de Moro.</span><div><span face=""arial" , "helvetica" , sans-serif"><br />Os erros de Bolsonaro já o colocaram um pouco nas mãos do STF, depois mais um pouco nas mãos do Congresso e, agora, o estão levando a ficar nas mãos dos governadores.</span></div><div><span face=""arial" , "helvetica" , sans-serif"><br />O diagnóstico pode ser bem doído mas é uma grande verdade: Bolsonaro comete erros amadores na comunicação, pessoal e institucional.<br /><br />Comunicação não é somente produzir notícias, não é só cobrar isenção das empresas jornalísticas, não é dar espaço a um grupo e se afastar de outro apenas com base no princípio de que faz um governo honesto.<br /><br />Comunicação é estratégia de gestão. Mas nisso Bolsonaro não está sozinho. Qualquer vereador de penúltima categoria afasta a comunicação profissional porque percebe que profissionais podem até fechar os olhos mas continuam sendo profissionais.<br /><br /><b>Evitando incêndios</b><br /><br />E comunicação governamental é coisa para profissionais.<br />A comunicação institucional é um conjunto de ferramentas que servem mais como bússola apontando o norte verdadeiro.<br />E com base em que a bússola aponta o norte? Em estudos de cenários, em preparação para lidar com “issue management”, expressão que na comunicação empresarial a gente chama de “evitar incêndios ou apagá-los de forma rápida, eficaz e inteligente”.<br /><br />Não é à toa que João Doria ocupa espaços importantes. Tendo contra si as marcas de executivo de executivos, Doria vê as brechas na comunicação amadora de Bolsonaro e delas se aproveita.<br /><br />Podemos detestar João Doria mas o homem está mais para ACM do que para FHC.<br /><br /><b>Uma formuleta básica</b><br /><br />Alguém já perguntou o que Bolsonaro poderia ter feito. Em primeiro lugar, estabelecer uma comunicação profissional. Quer calar as críticas de empresas jornalísticas injustas? Leve para o comando da comunicação o melhor dos profissionais do setor. Lembrete: Alexandre Garcia foi chefe do setor no governo do último general presidente, João Batista Figueiredo.<br /><br />Um monte de bobagens dos filhos e do próprio Bolsonaro teria sido evitado.<br /><br />No caso específico do combate ao espalhamento do coronavírus: houve alguma montagem de cenários quando a pandemia foi anunciada em janeiro? O que disseram e fizeram os governadores? Quem mapeou e fez desse material conteúdo estratégico?<br /><br />Tivesse apenas isso em mãos, Bolsonaro poderia ter chamado todos os governadores antes do carnaval. Alinharia medidas práticas e de cunho regionais. O Brasil não é só Ipanema ou avenida Paulista.<br /><br />Ficaria assim em posição de comando, podendo cobrar medidas. Mas ficou refém do governador de São Paulo a partir do momento em que vazou o áudio do cardiologista Fábio Jatene. Foi a partir desse momento que as ações federais se sucederam num ritmo de bêbados batendo cabeças.<br /><br />Para um profissional da área, como João Doria, ficou bem fácil armar um cerco, colocar-se no centro do palco como uma missão muito mais importante e que Bolsonaro parece não ter percebido: Doria quer substituir Lula como elemento polarizador.<br /><br />Dessa forma, o governador de São Paulo tem vários dados em mãos, baseado sempre numa comunicação estratégica. Um exemplo: São Paulo responde por 39% do PIB brasileiro, coisa de 1 trilhão de reais. Doria sabe que pode paralisar o país mexendo alguns cordões e apertando certos botões. Chamem Doria de todo tipo de predicado negativo mas não digam que o homem é amador.<br /><br />Ao substituir Lula por Bolsonaro, Doria começa a colocar em pauta no cenário nacional uma espécie de “um novo jeito de fazer as coisas”. O eleitor de São Paulo já o conhece mas isso não quer dizer muita coisa no longo prazo.</span><br />
<span face=""arial" , "helvetica" , sans-serif">Bolsonaro hoje dá entrevistas em que mostra aflição e desespero, está sempre na defensiva, sempre irritado. Está pagando o preço de ser amador e não perceber. É um bom sujeito, honesto, tem compromissos importantes para melhorar o país mas não tem ninguém na sua assessoria que lembre a ele o que foram os três anos de João Goulart depois que Jânio Quadros renunciou.<br /><br />Goulart foi emparedado por todos os lados, passou os anos 1961 a 1964 em crise.<br /><br />Bolsonaro tem pela frente um cenário melhor mas que vai se encurtando a cada dia. Não foi para evitar crises idiotas que ele levou para o governo um grupo de generais, tidos como conhecedores da realidade brasileira e bons estrategistas?<br /><br />No entanto, os militares estão quietos. Não aceitarão dar outro golpe. Estão silenciosos por falta de opção ou por estratégia?</span><br />
<span face=""arial" , "helvetica" , sans-serif">Não há estado de emergência que dure muito. Ninguém aguenta. </span><br />
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<span face=""arial" , "helvetica" , sans-serif">Doria tem um calendário eleitoral nas mãos, pode suspender o estado de isolamento a hora que desejar. Sairá dizendo que fez a melhor opção e não se sujeitou ao governo federal. Será seguido por outros governadores. </span><br />
<span face=""arial" , "helvetica" , sans-serif"><br /></span>
<span face=""arial" , "helvetica" , sans-serif">Estará selada mais uma forma de emparedamento de Bolsonaro. Parodiando Dostoievski, “Bolsonaro é um bom sujeito mas tem a cabeça atormentada por amadorismos”.<br /><br /></span></div>Lucashttp://www.blogger.com/profile/17421348604917869701noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6937416326879277047.post-34644905410642691542020-03-03T10:44:00.001-03:002020-03-03T10:44:05.917-03:00A fé dos humanos<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: large;">A igreja católica descobriu a mística. Os evangélicos descobriram a catarse, o êxtase. Já o islamismo descobriu a catarse mística personalista. Tirem a mística, a catarse e devoção forçada e as religiões desaparecem. Descobriram no sentido de explorar sistematicamente.<br /></span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: large;">No êxtase, o sujeito é levado a transportar-se para fora de si mesmo, evasão que o leva a agir por sentimentos muito intensos de admiração, bem-estar alienado da realidade, entrega total. Há até aqueles que entregam carro, casa, apartamento (quando a embriaguês passa processam a igreja).<br /><br />Na mística, o importante é ocupação da mente com noções permanentes tiradas da prática religiosa, ocupação que tranborda para o misticismo. O místico pelo místico, exista deus ou não. Uma igreja católica é a configuração simbólica de espaços vazios. Umberto Eco gastou 10 páginas para mostrar como uma única capela de uma única abadia é a materialização da manipulação religiosa por efeitos pictóricos.<br /></span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: large;">Já os islâmicos praticam um fundamentalismo mixado, catarse na iniciação, mística na devoção a um homem, absolutismo vingativo na manutenção do credo, o ódio como cimento da fé.<br /></span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: large;">Nada disso era novo para os gregos que inventaram o teatro.<br /></span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: large;">Na Grécia Antiga, as pessoas levavam tochas acesas às 5 horas da madrugada para “participar” do teatro, no qual as peças faziam dialogar deuses e seres humanos.<br />O grande final, de êxtase, se dava quando o sol nascia. Imagine um céu limpíssimo, aquele avermelhado no horizonte, um azul variante surgindo pelas frestas que se abriam nas cores negras da noite. Era o apogeu da mensagem. Nenhuma igreja conseguirá reproduzir as sensações das madrugadas dos velhos gregos.<br /></span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: large;">Que apogeu seria possível nestes tempos de cidades recheadas de asfalto, prédios, viadutos, muros, congestionamentos, alagamentos? E assim mesmo, no fim da madrugada, uma cidade grande, recém-molhada por chuva, é silenciosamente bela e mística, uma prova da sagacidade dos humanos que construíram essa forma de proteção baseados em deuses, que não existem.</span>Lucashttp://www.blogger.com/profile/17421348604917869701noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6937416326879277047.post-73409859592523262882020-03-01T16:09:00.002-03:002020-03-01T16:29:24.036-03:00O impeachment de Jair Bolsonaro<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;">Três siglas governam a vida de qualquer presidente da República no Brasil: PPA, LDO e LOA. Muita gente pensa que isso é assunto chato que somente técnico em contabilidade deve entender. E liga o “foda-se”.<br /><br />Dessa forma deixam de saber que Bolsonaro pode ser vítima de um veneno já usado para produzir o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. No caso da ex-presidente, as razões eram outras mas se alguém ler o documento escrito por membros do próprio PT verá que a causa maior passa pelas três siglas aí de cima: PPA, LDO e LOA.<br /><br /><br />O remédio do impeachment de Bolsonaro está sendo pensado para matar o paciente em vez de salvá-lo. Contam para isso com a enorme ignorância dos brasileiros que evitam LOA e adoram BBB.</span><br />
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<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;">Pode não ser o pior caminho. A outra opção é Bolsonaro tratar de governar quietinho, aceitando tudo. Será como receber um carro zero quilômetro com a obrigação de acelerar fundo mas com o freio de mão puxado. Dessa forma, nem governa nem se reelege. Simples como um pato na lagoa.<br /><br /><b>A coisa começa assim</b><br /><br />Em novembro do ano passado, o Congresso derrubou três vetos do presidente Jair Bolsonaro ao projeto da Lei de Diretrizes do Orçamento (LDO) para 2020. Todo ano, o Congresso precisa aprovar essa lei. Não pode finalizar suas atividades sem votar esse mecanismo de uso do dinheiro público.<br /><br />Se num ato de loucura, o Congresso deixasse de votar a LDO todos os parlamentares poderiam ser enquadrados por crime de responsabilidade previsto na Constituição.<br /><br /><b>Mas o diabo está de olho</b><br />O diabo mora nos detalhes. A LDO resulta de um plano geral de trabalho (PPA) e determina o lado prático das coisas, determinação que toma a forma de Lei do Orçamento Anual (LOA). O detalhe é tão importante que o diabo torce para que o leitor ligue o “foda-se” quando estiver lendo esta linha. Ligando ou não, saiba que você também tem, na sua casa, uma LOA sobre a sua cabeça. Vamos a ela.<br /><br /><b>Cachorro quente ou casinha do cachorro?</b></span></div>
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<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;">Pegue o seu salário de 10 mil reais. Desse valor, você vai pagar despesas fixas, aluguel, luz, telefone, papel higiênico, talco para a bunda do nenê e, quem sabe, água em garrafões de 20 litros.<br /><br />Se você decidiu que esses itens são essenciais você montou um plano geral com uma LOA embutida. Você soma tudo e dá 7 mil reais. Você tem, então, 3 mil reais para outras coisas, pizza todo fim de semana, um jogo de futebol no sábado em Itaquera ou na Ilha do Retiro, consertar a caixa d’água que pede reparos ou troca, terminar o telhado da casinha do cachorro e até, quem sabe, comprar um carrinho para vender cachorro quente.<br /><br /><b>Como vai sua LOA?</b></span></div>
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<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;"><br />Você pode fazer o que bem entender menos mexer nos 7 mil reais. Aí você perceber que os 3 mil reais não dão nem para o cheiro se você resolver comprar o carrinho de cachorro quente ou terminar o telhado da casinha do cachorro. O que você faz? Você executa a LOA com o que tem. Se precisar de mais dinheiro, você terá de pedir ao banco ou a alguém não muito recomendável.<br /><br />Muito bem, agora você já consegue entender o impeachment de Bolsonaro. Não? Vejamos:<br /><br />Bolsonaro começou o governo com o orçamento aprovado pelo Congresso na gestão do então presidente Temer. E como foi que Temer chegou lá...? Com o impeachment de Dilma. Certo? Ou seja, teve de se virar nos 30 com o pacote de recursos que herdou.<br /><br />Em 2019, a bordo de seu primeiro ano de mandato, o governo elaborou seu PPA (Plano Plurianual) que vale por quatro anos, de 2020 a 2023.<br /><br />Se alguém estiver procurando telha para casinha de cachorro e der de cara com um PPA achará que se trata de partido político. Mas não é.<br /><br /><b>Dois pês, um pode ser de pato</b><br /><br />O Plano Plurianual (PPA) é uma obrigação legal prevista no artigo 165 da Constituição Federal de 1988. Você pode ignorar a compra das telhas mas o presidente da República não pode ignorar o PPA<br /><br />O PPA parece nome de partido porque precisa fixar diretrizes gerais e, no caso de Boslonaro, as diretrizes são: garantir a estabilidade macroeconômica; promover alocação mais eficiente dos recursos de produção e do uso de recursos públicos e, como se já fosse pouco, promover melhoria do ambiente de negócios e promoção da concorrência e inovação. Está tudo escrito e aprovado pelo Congresso, pode procurar, é a PLN 05/2019.</span></div>
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<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;"><b>O retorno do demônio</b></span></div>
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<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;"><br />Como está escrito lá em cima, em novembro do ano passado, o Congresso derrubou três vetos do presidente Jair Bolsonaro ao projeto da Lei de Diretrizes do Orçamento (LDO).<br /><br />O Congresso rejeitou o veto a um dispositivo que autoriza a transferência de recursos públicos da União para entidades privadas sem fins lucrativos usarem na construção, na ampliação ou na conclusão de obras.<br /><br /><b>Bolas, por que esse veto, presidente? </b></span></div>
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<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;">Porque a equipe econômica sabe que esse dispositivo é muito usado para desviar dinheiro público e irrigar campanhas políticas.<br /><br />O segundo veto do presidente Bolsonaro (derrubado pelo Congresso) permite o uso de recursos de transferências voluntárias para o pagamento de contratos temporários em convênios celebrados com estados, Distrito Federal e municípios.<br /><br />É mais uma torneira conhecida para desvios de recursos. Conforme o texto do Ministério da Economia, o pagamento de pessoal com esses recursos passa por cima da Constituição e impede o combate ao desvio de recursos públicos. Simples assim, mas os parlamentares, senadores e deputados federais, preferiram deixar a torneira bem aberta, abertona mesmo.<br /><br /><b>O terceiro veto</b><br /><br />Acha pouco? O terceiro item vetado por Bolsonaro (mas recolocado por deputados e senadores) foi para um item que autoriza a assinatura de convênios e a transferência de recursos a municípios de até 50 mil habitantes, mesmo que estejam estejam inadimplentes em cadastros financeiros, contábeis e fiscais.<br /><br />Em bom português, a medida mantida pelo Congresso dá uma espécie de prêmio aos prefeitos que fazem má administração. Na defesa da torneira aberta, os parlamentares disseram que 88% das cidades brasileiras precisam disso. Você pode ler nas entrelinhas, assim: 88% das cidades brasileiras são mal administradas.<br /><br /><b>Enfim, o impeachment</b><br /><br />O presidente Bolsonaro havia vetado um dispositivo que obrigava o governo federal a liberar dinheiro para emendas apresentadas por comissões permanentes da Câmara, do Senado ou do Congresso e do relator-geral do projeto. Ficaria liberada apenas a execução obrigatória das emendas parlamentares individuais e, dentro de certos limites, das emendas de bancadas estaduais.<br /><br />Mas o carnaval jogou água fria na votação dos vetos no Congresso. A imprensa noticia a disputa em torno do "Orçamento Impositivo", mais um dos detalhes que o diabo gosta de cultivar.<br /><br />O Congresso quer derrubar esse veto. Isso significa tirar 30 bilhões das mãos de Bolsonaro e colocá-los nas mãos dos parlamentares. Simples, assim.</span></div>
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<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;">Só há um problema. O governo tem 126 bilhões para tudo e mais um pouco. Sem os 30 bilhões não terá dinheiro para cumprir a LOA. Se não cumprir a LOA terá dado todos os elementos para tomar um impeachment pela testa.</span></div>
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<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;">O ex-general e hoje político Augusto Heleno, de joelho cheio com essa história, disse em tom meio alto a frase que o tornará conhecido por todo o sempre: "foda-se". Ou seja, peita esses caras.</span></div>
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<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;"><b>LOA do brasileiro</b></span></div>
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<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;">Agora você entende, certo? Daqueles 10 mil reais de salário, você terá 6% do saldo líquido para aqueles gastos todos, porque 7 mil já estão comprometidos, ou seja, você tem 6% de 3 mil reais para gastos gerais. Quanto dá? Pois é, 180 reais, um fortuna. É essa a charada do problema.</span></div>
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<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;">Como assim? Simples: quase </span><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;">95% do orçamento federal é feito de despesas obrigatórias por lei, como aposentadorias, não há como Bolsonaro mexer nesse bolo. Assim, sobram apenas 6% para serem manejados.</span></div>
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<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;">O Congresso deve votar o veto esta semana. Para derrubá-lo, são necessários os votos favoráveis de 257 deputados e 41 senadores.</span></div>
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<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;">O caminho está desenhado: por mais um detalhes dos diabos. Se Bolsonaro quiser um pacote de acréscimo, contando com o orçamento do ano que vem, terá de pedir autorização ao Congresso... E o cachorro vai ficar correndo atrás do rabo...</span></div>
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<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;">A outra consequência também é perceptível: Bolsonaro terá de governar por quatros anos acelerando um carro zero quiômetro mas com o freio de mão puxado. Nem governa, nem se reelege. </span></div>
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<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: large;">Simples como o demônio em dia de chuva.</span></div>
Lucashttp://www.blogger.com/profile/17421348604917869701noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6937416326879277047.post-7955931952058936102020-02-17T06:37:00.000-03:002020-02-17T06:45:20.739-03:00A morte de Adriano e os vínculos reais entre política e crime organizado<div class="_1dwg _1w_m _q7o" data-vc-ignore-dynamic="1" style="background-color: white; color: #1c1e21; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 12px; padding: 12px 12px 0px;">
<div style="font-family: inherit;">
<div class="_5pbx userContent _3ds9 _3576" data-ft="{"tn":"K"}" data-testid="post_message" id="js_272" style="border-bottom: none; font-family: inherit; font-size: 14px; line-height: 1.38; margin-top: 6px; padding-bottom: 12px;">
<div class="text_exposed_root text_exposed" id="id_5e4a5de2661cd9693317032" style="display: inline; font-family: inherit;">
<div style="font-family: inherit; margin-bottom: 6px;">
Afinal, Sergio Moro vai tomar alguma providência?</div>
<div style="font-family: inherit; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
Esta semana começa com uma pergunta que o ministro da Justiça Sérgio Moro terá de responder com atitudes.</div>
<div style="font-family: inherit; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
Haverá alguma providência do Ministério da Justiça para investigar a morte do miliciano Adriano Nóbrega numa operação da polícia de dois estados, fator que dá ao caso caráter federal?</div>
<div class="text_exposed_show" style="display: inline; font-family: inherit;">
<div style="font-family: inherit; margin-bottom: 6px;">
A Emenda Constitucional 45/2004 prevê o deslocamento da competência para a Justiça Federal quando a ação dos órgãos estaduais se revelar inadequada ou mostrar-se evidentemente ineficiente.</div>
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Quando Marielle Franco e o motorista dela, Anderson Gomes, foram assassinados, a Procuradora-Geral da República, Raquel Dodge, instaurou procedimento para definir se era o caso "federalizar" a investigação.</div>
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Naquele caso, partiu do Conselho Nacional do Ministério Público uma liminar para preservar a autonomia do Ministério Público do Rio de Janeiro.</div>
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Tudo agora mudou de figura. Estão configuradas as condições para os casos em que o Superior Tribunal de Justiça vê violação de direitos humanos e problemas nas investigações estaduais.</div>
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A execução de Adriano é mais grave porque duas polícias também precisam ser investigadas. Mais do que ineficientes, as polícias do Rio e da Bahia foram cúmplices de um assassinato feito nos moldes das milícias.</div>
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Ou vamos dar de barato que polícia militar pode funcionar como milícia? Foi essa percepção que fez da polícia do Rio um dos maiores exemplos de polícia corrupta e ineficiente.</div>
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Alguma providência precisa ser adotada, tanto pela PGR quanto pelo Ministério da Justiça.</div>
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Moro não poderá mais dizer que o problema é da polícia baiana, como fez esta semana. Talvez agora as pessoas comecem a entender as consequências reais de uma série de cumplicidades que ao longo dos anos se estabeleceu entre os poderes.</div>
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Bolsonaro condenou esse sistema e se elegeu prometendo moralizá-lo, a começar por nomear ministros sem o "toma lá, dá cá".</div>
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Sérgio Moro é quem personaliza essa nova postura e, por isso, passou a ter problemas com o presidente eleito.</div>
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<span style="background-color: #f2f3f5; font-size: 13px;"><span style="font-family: inherit;">Em política, como na vida, os vínculos reais são os que definem o rumo das coisas. Também seria muito bom que as pessoas levassem em conta um fator civilizatório: dar de ombros ao assassinato institucional mostra o quanto ainda somos bárbaros, mesquinh</span></span><span style="background-color: #f2f3f5; font-size: 13px;"><span style="font-family: inherit;"><span style="font-family: inherit;">os e bobos porque deixamos de notar que qualquer um de nós pode ser refém do mesmo processo, a violência urbana é muito fruto disso também. Mas poucos percebem as conexões.</span></span></span></div>
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<span aria-label="Veja quem reagiu a isso" class="_1n9r _66lh" role="toolbar" style="display: flex; font-family: inherit; margin-bottom: -2px; margin-right: 2px; margin-top: -2px;"><span class="_1n9k" data-hover="tooltip" data-testid="UFI2TopReactions/tooltip_LIKE" style="border-radius: 12px; display: inline-block; font-family: inherit; font-size: 11px; line-height: 16px; margin: 0px 0px 0px -2px; outline: none; padding: 2px; position: relative; z-index: 3;" tabindex="-1"><a ajaxify="/ufi/reaction/profile/dialog/?ft_ent_identifier=ZmVlZGJhY2s6NTQzNTY4Njg2NTA3MDk0&reaction_type=1&av=100025619031118" aria-label="15 Curtir" class="_1n9l" href="https://www.facebook.com/ufi/reaction/profile/browser/?ft_ent_identifier=ZmVlZGJhY2s6NTQzNTY4Njg2NTA3MDk0&av=100025619031118" rel="dialog" role="button" style="color: #385898; cursor: pointer; font-family: inherit; text-decoration-line: none;" tabindex="0"><i class="q9uorilb l9j0dhe7 hm271qws ov9facns khgy6jzf sp_4AaFE3LL7KI_1_5x sx_934fb9" role="img" style="background-image: url("/rsrc.php/v3/yp/r/Qo7d879YWhi.png"); background-position: 0px -1780px; background-repeat: no-repeat; background-size: 98px 2240px; display: inline-block; height: 18px; position: relative; vertical-align: top; width: 18px;"></i></a></span><span class="_1n9k" data-hover="tooltip" data-testid="UFI2TopReactions/tooltip_WOW" style="border-radius: 12px; display: inline-block; font-family: inherit; font-size: 11px; line-height: 16px; margin: 0px 0px 0px -4px; outline: none; padding: 2px; position: relative; z-index: 2;" tabindex="-1"><a ajaxify="/ufi/reaction/profile/dialog/?ft_ent_identifier=ZmVlZGJhY2s6NTQzNTY4Njg2NTA3MDk0&reaction_type=3&av=100025619031118" aria-label="1 Uau" class="_1n9l" href="https://www.facebook.com/ufi/reaction/profile/browser/?ft_ent_identifier=ZmVlZGJhY2s6NTQzNTY4Njg2NTA3MDk0&av=100025619031118" rel="dialog" role="button" style="color: #385898; cursor: pointer; font-family: inherit; text-decoration-line: none;" tabindex="-1"><i class="q9uorilb l9j0dhe7 hm271qws ov9facns khgy6jzf sp_4AaFE3LL7KI_1_5x sx_eecc6e" role="img" style="background-image: url("/rsrc.php/v3/yp/r/Qo7d879YWhi.png"); background-position: 0px -1800px; background-repeat: no-repeat; background-size: 98px 2240px; display: inline-block; height: 18px; position: relative; vertical-align: top; width: 18px;"></i></a></span></span></div>
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