O inimigo público está fora de foco


Houve uma grande mudança de foco para ficar no mesmo conflito. Primeiro foi com com Sergio Moro. Agora, colocaram Bolsonaro no lugar de Sergio Moro. Não entendeu ainda? Então vamos lá.

De veredores a senadores, a grande maioria temia Sergio Moro e a Lava Jato. E a absoluta maioria destes caras fazia isso em silêncio. Há até aqueles que postaram fotos ou mensagens próximas dele mas que tramavam contra ele nos bastidores.

Agora, posam ao lado de Bolsonaro com a "faca" escondida e com as armações prontas para apenas usar a imagem dele nas próximas eleições. Já foi possível detectar rematados bandidos fazendo isso.

O Congresso pediu a cabeça de Moro. Por vias tortas, conseguiu.

Então Bolsonaro teve de aprender na marra a lição. O Congresso não é confiável e não dará suporte a qualquer ação que vise combater corrupção.

Com a saída de Moro, a pressão agora é da mesma cor, da mesma intensidade e tem a mesma finalidade: manter o sistema político como grande balcão de negócios, cujos gerentes são vereadores e prefeitos que ficaram milionários nos últimos dois anos e meio.

Toda a máquina política brasileira funciona montada nessa estrutura de poder. Enquanto político tiver proteção do STF, você pode votar em quem quiser, sabendo que não adiantará nada.

Votamos num sistema de casta política, que exclui o voto dos descontentes. Na próxima eleição municipal vamos apenas votar naqueles que vão nos roubar.

O grande inimigo político do cidadão brasileiro está fora de foco, está nos municípios, com fala mansa e silêncio, ajudando a esconder milhões em prédios novíssimos de apartamentos cuja construção é empurrada por enxurradas de lavagem de dinheiro, em compras superfaturadas, sempre em nome da gestão de crise que nem é mais do vírus, qualquer crise serve a quem rouba o dinheiro público como forma de vida.

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