Bolsonaro perdeu mais do que uma eleição

A poucos dias de fechar 2022, o cenário do país é de um governo sem governo. Bolsonaro se deixou paralisar pela inércia e toda inércia é sinal do que foi, ou não, feito antes. Sobretudo é sinal de falta de estratégia.
 
Bolsonaro venceu a eleição de 2018 dando aula de marketing político. Perdeu o governo federal dando aula de amadorismo. Como foi que ele não percebeu que até mesmo os militares queriam livrar-se dele, a qualquer custo, até mesmo fazendo pactos com o demônio?

Pior do que isso. Na prática, Lula já governa nos bastidores. Há uma "operação casada" entre Lula e o STF. Operação que abriga várias operações em sua barriga.

Os militares estão nas sombras, alguns comemorando. Seguindo o novo manual de ação política, eles receberão o bônus (alguns bilhões de reais) e nada pagarão como ônus.

A ideia de induzir a visível ira dos manifestantes pró-Bolsonaro para que fosse posicionada em áreas de proteção militar foi, repito, um golpe a la Golbery do Couto e Silva, chefe do SNI de junho de 1964 a março de 1967, o "grande teórico" do regime militar, na condição de manda-chuva na chefia do Gabinete Civil, de 1974 a 1981, no governo dos generais Ernesto Geisel e João Figueiredo.

Posicionar os manifestantes em frente aos quartéis simplesmente serviu para imobilizar as manifestações.

A "eleição" de Lula não seria possível sem um prévio acordo entre militares e STF. Corrupo condenado e desconedado, Lula será o chefe-supremo das Forças Armadas.

Como é que Bolsonaro não percebeu o crescente emparedamento a que estava sendo submetido praticamente desde o primeiro dia de governo? Isso é mais grave do que perder uma eleição.





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