Trump, no mar, veremos.
Interessante a perspectiva do professor Oliver Stuenkel, no Estadão, sobre os riscos de Trump perder a mão e o bonde nas eleições regionais e federais do ano que vem nos Estados Unidos.
Fica-se com a impressão de que o governo Trump será mais bem avaliado ("melhor avaliado" é a mãe) depois de atravessar tempestades e até mesmo ("inclusive" é teu pai) alguns maremotos, independentemente (independente é tua amante) das reações europeias, canadeias e antrobrasileiras (antro, lugar cheio de prostitutas metidas a primas finas e elegantes).
Mas talvez seja a hora de considerar um outro caminho. Li, cheio de dedos, o livro de Keyu Jin, uma chinesa, com doutorado em Harvard. Chama-se The New China Playbook - Beyond Socialism and Capitalism. (O manual da nova China - além do socialismo e do capitalismo).
Resumindo: a China estudou as principais falhas do sistema capitalista. Onde descobriu desperdício e ineficiência, aplicou critérios de correção sob regime social fechado, coisa impossível de se fazer nos Estados Unidos. Ou, se preferem, um misto-quente feito de socialismo fabiano, ferramentas de mercado capitalista e regime socialista nem tanto ao mar nem tanto à terra.
Trump parece adotar uma estratégia chinesa, combinando somente com os amigos (Musk et parças - para aliviar um pouco o sentido pejorativo de "et caterva").
Se vai funcionar é questão interessante.
O fato é que, como lembra o professor Eduardo Giannetti, uma das razões pelas quais os países que perderam a Segunda Grande Guerra cresceram mais do que os países que venceram a guerra foi a destruição dos lobbies (hoje tão tipicos no capitalismo patrimonialista jurássico de compadrio, como o brasileiro e em geral nos capitalismos todos).
Mas Trump é um misto de grande lobista com grande jogador. É a cara dos Estados Unidos. Para uma empreitada chinesa (uma revolução-convulsão por dentro sem ferir a democracia) ele precisaria ter cabedal milenarista (a cultura chinesa). Não tem. Como escreveu o poeta "no mar, veremos".
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