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Os defeitos de João Doria

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O que ele é fala mais alto “O que você é fala tão alto que não é possível ouvir o que você diz”. Poucas frases da psicologia de aconselhamento expressam tão bem um comportamento público como o do governador de São Paulo, e já candidato à Presidência da República, João Doria. Os defeitos do homem João Doria começam aí mesmo, o que ele é fala muito alto, não importando o que ele diz. Dizem que o estilo Doria nasce da sede pelo poder. Ora bolas! Sede pelo poder é o que caracteriza os políticos desde o início dos tempos. Sede de poder alimentada, primeiro, pela sede de ficar rico. Sendo milionário e executivo e, acima disso, um apresentador de televisão, misto de Sílvio Santos com Amaury Ribeiro, o governador de São Paulo seria um campeão mundial em simpatia, tranquilidade, confiança e bem-estar. Quer um exemplo de político que despertava tudo isso mesmo sendo sério, chato e até meio autoritário? Mário Covas, o ex-governador de São Paulo. Entre muros, o “espanhol”, como er...

Os erros de Bolsonaro

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Presidente deixou a comunicação na mão de amadores Uma das primeiras ações do hoje calado ministro Sérgio Moro foi chamar os governadores para conversar. O assunto era combate à corrupção. Nenhum deles poderá dizer que foi ignorado ou não foi consultado. O presidente Bolsonaro teve, bem diante dos seus olhos, um exemplo de como um “novato” começava bem uma missão política e sem se vender ou ficar na mãos da tigrada que governa os estados. Pior, na sequência de ações do ministro, o presidente aceitou uma encomenda parlamentar destinada a tirar a Segurança Pública das mãos de Moro. Os erros de Bolsonaro já o colocaram um pouco nas mãos do STF, depois mais um pouco nas mãos do Congresso e, agora, o estão levando a ficar nas mãos dos governadores. O diagnóstico pode ser bem doído mas é uma grande verdade: Bolsonaro comete erros amadores na comunicação, pessoal e institucional. Comunicação não é somente produzir notícias, não é só cobrar isenção das empresas jornalísticas, não é da...

A fé dos humanos

A igreja católica descobriu a mística. Os evangélicos descobriram a catarse, o êxtase. Já o islamismo descobriu a catarse mística personalista. Tirem a mística, a catarse e devoção forçada e as religiões desaparecem. Descobriram no sentido de explorar sistematicamente. No êxtase, o sujeito é levado a transportar-se para fora de si mesmo, evasão que o leva a agir por sentimentos muito intensos de admiração, bem-estar alienado da realidade, entrega total. Há até aqueles que entregam carro, casa, apartamento (quando a embriaguês passa processam a igreja). Na mística, o importante é ocupação da mente com noções permanentes tiradas da prática religiosa, ocupação que tranborda para o misticismo. O místico pelo místico, exista deus ou não. Uma igreja católica é a configuração simbólica de espaços vazios. Umberto Eco gastou 10 páginas para mostrar como uma única capela de uma única abadia é a materialização da manipulação religiosa por efeitos pictóricos. Já os islâmicos praticam um fundamen...

O impeachment de Jair Bolsonaro

Três siglas governam a vida de qualquer presidente da República no Brasil: PPA, LDO e LOA. Muita gente pensa que isso é assunto chato que somente técnico em contabilidade deve entender. E liga o “foda-se”. Dessa forma deixam de saber que Bolsonaro pode ser vítima de um veneno já usado para produzir o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. No caso da ex-presidente, as razões eram outras mas se alguém ler o documento escrito por membros do próprio PT verá que a causa maior passa pelas três siglas aí de cima: PPA, LDO e LOA. O remédio do impeachment de Bolsonaro está sendo pensado para matar o paciente em vez de salvá-lo. Contam para isso com a enorme ignorância dos brasileiros que evitam LOA e adoram BBB. Pode não ser o pior caminho. A outra opção é Bolsonaro tratar de governar quietinho, aceitando tudo. Será como  receber um carro zero quilômetro com a obrigação de acelerar fundo mas com o freio de mão puxado. Dessa forma, nem governa nem se reelege. Simples como um pato n...

A morte de Adriano e os vínculos reais entre política e crime organizado

Afinal, Sergio Moro vai tomar alguma providência? Esta semana começa com uma pergunta que o ministro da Justiça Sérgio Moro terá de responder com atitudes. Haverá alguma providência do Ministério da Justiça para investigar a morte do miliciano Adriano Nóbrega numa operação da polícia de dois estados, fator que dá ao caso caráter federal? A Emenda Constitucional 45/2004 prevê o deslocamento da competência para a Justiça Federal quando a ação dos órgãos estaduais se revelar inadequada ou mostrar-se evidentemente ineficiente. Quando Marielle Franco e o motorista dela, Anderson Gomes, foram assassinados, a Procuradora-Geral da República, Raquel Dodge, instaurou procedimento para definir se era o caso "federalizar" a investigação. Naquele caso, partiu do Conselho Nacional do Ministério Público uma liminar para preservar a autonomia do Ministério Público do Rio de Janeiro. Tudo agora mudou de figura. Estão configuradas as condições para os casos em que o Superior ...